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Com queda na ocupação, hospitais de Fortaleza começam a desativar leitos específicos para Covid-19
Reportagem

Com queda na ocupação, hospitais de Fortaleza começam a desativar leitos específicos para Covid-19

Leitos voltam a atender demandas eletivas e de urgências por outras causas. Unidades garantem voltar à estrutura de atendimento exclusivo para a pandemia caso seja necessário
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HOSPITAL DE CAMPANHA da Unimed foi desmontado ontem, após três semanas ocupação (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves HOSPITAL DE CAMPANHA da Unimed foi desmontado ontem, após três semanas ocupação

A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19 nos hospitais da rede privada de Fortaleza, que chegou a superar os 95%, está em torno dos 70%. Os leitos de enfermaria também registram queda na procura e têm 54% de ocupação. Os dados são da plataforma IntegraSUS, atualizada às 12h de ontem, 30. Diante da redução, hospitais estão desativando seus leitos específicos para casos do novo coronavírus e voltam a atender demandas eletivas.

"Temos tido um número considerável de altas e os hospitais de nossa rede privada dispõem de leitos clínicos vagos, variando entre 10 e 30", afirma Luiz Aramicy Pinto, presidente da Associação dos Hospitais do Estado do Ceará (Ahece). Segundo ele, a média de atendimento de urgência e a de ocupação no leitos intensivos também apresentam reduções significativas. "Isso talvez seja oriundo do protocolo de tratamento adotado para a doença em seu caráter inicial, até o terceiro dia. Isso contribui sobremaneira para diminuir a agudização dos casos", avalia. O protocolo a que se refere abrange desde a auto-avaliação do paciente, a partir dos primeiros sintomas, até o atendimento médico e a internação.

Ontem, a unidade de campanha construída no estacionamento do Hospital Unimed foi desmontada. Elias Leite, presidente da Unimed Fortaleza, explica que a decisão surge após três semanas sem pacientes no anexo e também pelo número de atendimentos em redução na própria unidade de saúde. "Existe um custo para manter esse hospital. A gente vai desmontar, mas caso seja preciso, a gente tem plenas condições de voltar a montá-lo", expõe. A estrutura, que foi alugada, será devolvida enquanto os equipamentos serão aproveitados para obras em andamento como o Hospital Materno-infantil e o Espaço Saúde Unimed, informa em nota.

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No pico de atendimento, sete dos oito andares do hospital estavam dedicados ao atendimento de pacientes em tratamento da Covid-19. "Hoje a unidade está com 104 pacientes internados, mais de 200 pacientes a menos que tivemos no pico", completa o informe. A partir de hoje, 1º, serão retomados os atendimentos nas áreas obstétrica e oncológica, que haviam sido direcionados para outras unidades da rede credenciada.

No Hospital São Camilo, foram desativados 20 leitos de UTI e 25 de apartamentos e enfermaria que estavam dedicados a pacientes de Covid-19. Assim, o hospital retomou o agendamento de cirurgias eletivas, em especial as de menor complexidade, como mama, tumores de pele e ortopédicas. "As cirurgias que podem aguardar alguns meses sem risco para o paciente permanecerão suspensas - como as bariátricas e plásticas estéticas", explica Madison Mont'Alverne, diretor técnico do hospital. Procedimentos que dependem de insumos que estão escassos no País, como alguns analgésicos, medicações sedativas e bloqueadores neuromusculares utilizados nos casos de coronavírus, também devem aguardar.

De acordo com a Ahece, os hospitais São Mateus, São Carlos, Otoclinica, Uniclinic, Gênesis e a Casa de Saúde São Raimundo também estão avaliando reduzir a estrutura específica para Covid-19 e direcioná-la para os demais atendimentos. (Com Ismia Kariny)

 

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