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Os parlamentares que reduziram gasto do "cotão"
Reportagem

Os parlamentares que reduziram gasto do "cotão"

| LEGISLATIVO |
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Se alguns deputados mantiveram ou até aumentaram altos gastos da verba indenizatória da Câmara dos Deputados durante a pandemia, alguns parlamentares da bancada do Ceará na Casa seguiram sentido contrário, cortando gastos de forma expressiva durante a crise.

Durante o período de março a maio deste ano, os deputados Mauro Filho (PDT), Célio Studart (PV) e Domingos Neto (PSD) saíram entre os "mais baratos" da bancada. Eles gastaram, respectivamente, R$ 32,1 mil, R$ 35 mil e R$ 36 mil ao longo dos três primeiros meses de quarentena. Genecias Noronha (SD), que já vinha usando pouco do cotão antes da pandemia, se manteve como o mais barato isolado, gastando só R$ 250 da verba nos três meses.

Para se ter ideia, deputados como Roberto Pessoa (PSDB), Heitor Freire (PSL), Moses Rodrigues (MDB) e Luizianne Lins (PT) gastaram valores superiores aos desses deputados em apenas um
mês do período.

"Durante a quarentena mantivemos todas as nossas atividades de forma remota, respeitando as orientações sanitárias", destaca o deputado Dênis Bezerra, um dos que teve o menor gasto.

"Orientamos de forma deliberada a redução de nossos gastos, mantendo apenas o consumo contínuo, como aluguel do escritório, água, luz e carro contratado. Também diminuímos drasticamente as viagens à Brasília, deixando apenas para casos de extrema necessidade", complementa.

Ele destaca que, mesmo com essas limitações, manteve perfil ativo nas discussões da Casa. "Aprovamos projetos de lei nesse período, como o PL 675/20, que foi vetado integralmente pelo presidente da República, e que agora estamos articulando para derrubar o veto. Tivemos ainda o PL 1079/20, que prevê a suspensão temporária das parcelas pagas por estudantes egressos que contrataram o Fies", destaca.

Eleito em 2018 com proposta de ser "o deputado mais barato" do Ceará, Célio Studart (PV) destaca que a redução ocorre principalmente porque, por conta do trabalho remoto, pode cortar o principal gasto do mandato: passagens aéreas.

"Além disso, há uma constante adequação visando reduzir custos do gabinete sem, no entanto, diminuir a eficiência do mandato por meio das proposições e fiscalização dos atos do Executivo Federal", afirma. Ele também destaca que a redução não impactou o ritmo dos trabalhos na Casa.
(Carlos Mazza)

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