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Indústria e serviços puxam queda; investimentos público caem
Reportagem

Indústria e serviços puxam queda; investimentos público caem

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Tipo Notícia

A retração da indústria e dos serviços foi a maior da série histórica do IBGE. No setor de serviços a retração foi de 9,7% no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores. Na comparação com o segundo trimestre de 2019, o PIB de serviços revelou uma queda de 11,2%. Já a indústria apresentou a maior queda, de 12,3%.

Os único grande setor que apresentou alta foi o agronegócio, com 0,4%. Entre as atividades, as financeiras, de seguros e relacionados teve alta de 0,8%. As atividades imobiliárias, de 0,5%. Em igual período, o grau de investimento público sofreu queda de 15,4% ante os três primeiros meses do ano. Com o resultado, a taxa de investimento em percentual do PIB encolheu para 15%, abaixo da observada em igual período de 2019 (15,3%). Em 2013, chegou a superar 21%.

O economista e pesquisador do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), David Guimarães, pondera a fala do ministro Guedes e diz que pelos dados do varejo e serviços na retomada as vendas ainda não estão nos patamares anteriores à crise. Por isso, é complicado acreditar que a recuperação aconteça em forma de "V". A expectativa sobre a indústria, que já vinha com resultados pouco animadores, deve ser de retomada apenas no último trimestre.

"Então a expectativa é de recuperação mais lenta porque os principais motores da economia estão precarizados, e a própria questão do investimento, além da incerteza política, com a desautorização do ministro Guedes publicamente pelo presidente", diz.

Ele ainda aponta que a revisão do dado do primeiro trimestre demonstra um sinal negativo, de que a economia nacional já vinha com problemas antes do choque de oferta da pandemia. "Não há motivo que garanta retomada a patamares anteriores à crise no curto e médio prazo. A previsão de alta de 3,5% para o ano que vem parece bem incerta pelo cenário que se mostra". (Com agências)

 

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