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Auxílio emergencial não altera opinião do eleitorado em Fortaleza
Reportagem

Auxílio emergencial não altera opinião do eleitorado em Fortaleza

| DATAFOLHA | Pesquisa mostra que não existem diferenças significativas de opinião entre eleitores que receberam ou não o auxílio emergencial para a eleição deste ano, inclusive na avaliação de governos
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 22.06.2020: Caixa Econômica do bairro Siqueira, em Fortalezam, após liberação da segunda parcela do auxilio emergencial. (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita FORTALEZA, CE, BRASIL, 22.06.2020: Caixa Econômica do bairro Siqueira, em Fortalezam, após liberação da segunda parcela do auxilio emergencial.

O recebimento ou não do auxílio emergencial não provoca mudanças significativas na opinião dos eleitores de Fortaleza para a eleição deste ano. O dado é da pesquisa O POVO/Datafolha, que mostra índices semelhantes tanto no levantamento de intenção de voto para prefeito quanto nas avaliações de governos entre pessoas que receberam ou não o benefício do Governo Federal.

Primeiro colocado na pesquisa estimulada para prefeito com 33% das intenções de voto, por exemplo, Capitão Wagner (Pros) consegue índices iguais ou muito próximos entre os eleitores que fizeram solicitação do auxílio e receberam pelo menos uma parcela (33%), os que fizeram e não receberam nenhuma parcela (30%) e os que não solicitaram o benefício (34%).

Nesse mesmo tópico, apenas uma mudança fica no limite da margem de erro, de três pontos percentuais para mais ou para menos: Luizianne Lins (PT), que tem 24% das intenções de votos no geral, aparece com 30% entre os eleitores que fizeram solicitação do auxílio emergencial, mas não receberam nenhuma parcela.

O fato de um eleitor de Fortaleza ter recebido ou não o auxílio emergencial também pouco altera como ele avalia o desempenho dos governos Roberto Cláudio (PDT), Camilo Santana (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido). Em outros estados que fizeram pesquisas semelhantes, como São Paulo e Rio de Janeiro, o benefício acabou fazendo mais diferença na percepção de eleitores do Interior, com poucas alterações nas capitais.

Na avaliação do Bolsonaro, por exemplo, o presidente atinge os mesmos 42% de "ruim ou péssimo" entre eleitores que fizeram a solicitação do auxílio (tendo eles recebido ou não parcelas) e aqueles que não fizeram solicitação do benefício. O nível de "ótimo ou bom" varia, mas pouco, atingindo 31% entre os que pediram o auxílio e 28% entre os que não pediram.

Camilo Santana recebe 56% de "ótimo ou bom" entre aqueles que fizeram solicitação do auxílio, contra 65% no mesmo índice entre os que não fizeram. Ou seja, o governador acaba perdendo nove pontos da melhor avaliação entre aqueles que se cadastraram para o benefício. Movimento semelhante, mas menos destacado, ocorre com RC, que tem 51% de "ótimo ou bom" entre pessoas inscritas no programa e 56% entre as que não buscaram o auxílio.

A avaliação da resposta dos governantes à pandemia do novo coronavírus também é pouco afetada pelo recebimento ou não do auxílio emergencial. Na análise do desempenho de Bolsonaro com a crise sanitária, o presidente recebe os mesmos 27% de "ótimo ou bom" entre quem pediu e quem não pediu o benefício.

Para o cientista político Felipe Albuquerque, pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), é difícil analisar o cenário sem uma base recente de comparação de antes da liberação do benefício.

Ele destaca, no entanto, que uma hipótese para a pouca mudança seria o fato de que o Ceará se destacou em ações de combate à crise nos últimos meses. Desta forma, a análise do eleitorado pode ter ficado mais centrada nas medidas tomadas por Roberto Cláudio e Camilo, diminuindo assim o peso da liberação do auxílio emergencial na hora de os entrevistados responderem a pesquisa.

O Datafolha ouviu eleitores de Fortaleza entre a última quarta-feira, 14, e a última quinta-feira, 15. A pesquisa foi encomendada por O POVO e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) com número CE-09449/2020 e tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistados 812 eleitores de Fortaleza de todas as regiões da cidade, com 16 anos ou mais. A taxa de confiança da pesquisa é 95%.

 

 

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