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Camilo eleva críticas a Capitão Wagner: "representa o pior na política"
Reportagem

Camilo eleva críticas a Capitão Wagner: "representa o pior na política"

Governador voltou a atribuir ao candidato do Pros à Prefeitura a liderança da paralisação de PMs no início do ano, no Ceará. Segundo Camilo, o opositor representa a mentira e o ódio. Wagner não respondeu os ataques do petista
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CAMILO Santana deu declarações contra Wagner durante inauguração de Policlínica no Bonsucesso ao lado de Roberto Cláudio (Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo)
Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo CAMILO Santana deu declarações contra Wagner durante inauguração de Policlínica no Bonsucesso ao lado de Roberto Cláudio

A menos de 20 dias das eleições, o governador Camilo Santana (PT) resolveu elevar ainda mais as críticas ao candidato à Prefeitura de Fortaleza Capitão Wagner (Pros), sobre quem disse ontem que "representa o pior na política".

Questionado por O POVO se mantinha acusações de que Wagner havia liderado motim da Polícia Militar, já que a Justiça determinou a suspensão de propaganda eleitoral de José Sarto (PDT) em que se reproduzia declaração semelhante, Camilo disse que manteria, sim.

"Não só mantenho o que disse, mas a gente sabe que, primeiro, temos três candidaturas que estão mais à frente na eleição. Para mim, há uma delas que representa o pior na política. Representa o ódio, a mentira, que é a candidatura do Capitão Wagner", respondeu.

O petista então reiterou que, segundo ele, "Wagner foi um dos grandes responsáveis por uma das ações mais covardes que apavorou a população de Fortaleza e do Ceará, que foram os motins" e que o tem dito "é a verdade ao povo de Fortaleza".

Camilo também justificou as recorrentes manifestações pelas redes sociais tendo o candidato militar como alvo. "Soube que ele andou dizendo que só estava falando isso nas redes sociais", continuou, "mas eu estava falando na rede porque eu estava em isolamento social. Tive Covid".

Depois, atalhou: "Mas quero dizer agora, em bom tom, que ele assuma as responsabilidades dos atos que fez, já que não se arrependeu desse ato de covardia, que assuma a responsabilidade pelos dois grandes motins que desestabilizaram a segurança no Ceará e geraram pânico para a população".

Esta é a terceira semana seguida em que o chefe do Abolição volta artilharia contra Wagner, adversário do grupo político do governador e que tem liderado as pesquisas de intenção de voto na sucessão municipal até aqui.

As farpas de Camilo começaram após o deputado federal negar que tivesse participado ativamente da suspensão dos trabalhos da PM, em janeiro último, e ganharam mais octanagem nos dias seguintes, com o governador antagonizando o pretendente ao cargo de prefeito.

Os ataques de ontem foram disparados durante agenda ao lado do prefeito Roberto Cláudio (PDT), no bairro Bonsucesso. Como O POVO já mostrou, Camilo e o pedetista têm sido vistos juntos com mais frequência desde que a campanha começou.

WAGNER não respondeu às declarações do governador dadas ontem. O senador Eduardo Girão saiu em defesa do candidato
Foto: Barbara Moira
WAGNER não respondeu às declarações do governador dadas ontem. O senador Eduardo Girão saiu em defesa do candidato

Capitão Wagner foi procurado, mas, por meio de assessoria, afirmou que não iria rebater as falas do governador, como já havia feito anteriormente. Manteve agenda normal, com carreata que saiu do Centro de Formação Olímpica em direção à Praia do Futuro.

No fim da noite de ontem, porém, o senador e coordenador da campanha de Wagner ao Paço, Eduardo Girão (Podemos), escreveu no Twitter: "Lava Jato no Ceará por propina de R$ 25 milhões para campanha do governador Camilo em 2014. Um senador que joga um trator sobre pessoas. Com que direito criticam Wagner?", perguntou. "Isso, sim, é o pior da nossa política. Que o bem e a verdade triunfem."

Girão se referiu às ações da operação "Marquetagem", da Polícia Federal, que cumpriu 17 mandados de busca e apreensão no último dia 16 e que tem como base a delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista sobre repasse de propinas para campanhas no Ceará em 2010 e 2014, quando Cid Gomes (PDT) era governador.

Na semana passada, em meio a uma série de embates com Camilo, Wagner chegou a avaliar que a postura do gestor era "atípica" e que "a gente que sabe que essa não é a sua postura normal". O prefeiturável ironizou: "Acredito até que o Ciro deve ter tomado a senha das redes sociais do governador".

Na última sexta-feira, quando interpelado sobre o assunto em sabatina na Rádio O POVO CBN, negou qualquer liderança do motim. “Eu mediei os interesses da cidade”, afirmou.

“Como líder das pesquisas”, prosseguiu, “eu era o menos interessado (no motim)”. De acordo com ele, “pela abertura do diálogo, pelo que estava sendo oferecido e pela preocupação com os próprios policiais que poderiam perder seus empregos”, sua posição foi contrária à paralisação.

E concluiu: “Meu posicionamento interno e externo foi contra o início do movimento. Eu achava que o movimento não tinha fundamento. Eu achava que não era momento para que aquilo acontecesse”.

Camilo: “Minha agenda com Roberto é independente de eleição”

Camilo Santana comentou ontem a intensa agenda que tem mantido ao lado do prefeito Roberto Cláudio (PDT) desde o início da campanha eleitoral, em 27 de setembro.

Em entrevista ao O POVO, Camilo disse: “Essa minha agenda com Roberto é independente de eleição”. A declaração foi dada durante inauguração de hospital com o prefeito, que é aliado de José Sarto (PDT), candidato à sucessão ao Paço.

Para Camilo, no entanto, esses compromissos não são de agora. “A gente tem feito isso ao longo de todos os anos como governador. Temos um programa chamado ‘Juntos por Fortaleza’”, justificou.

Em outro desses encontros, o petista chegou a admitir parceria política e administrativa com o prefeito, de quem é aliado. A declaração foi uma resposta ao uso que a candidata Luizianne Lins (PT) vinha e vem fazendo da imagem do governador em sua propaganda eleitoral.

Nessa segunda-feira, 27, além de reafirmar pacto com RC, Camilo também disse o ex-secretário da Casa Civil do Estado, Élcio Batista (PSB), “foi escolhido (como vice de José Sarto) diante de uma composição partidária”.

O petista falou ainda que a indicação da vice foi “uma alegria” porque “é uma pessoa que conheço, trabalhou comigo durante todos esses anos e sei de sua competência e qualidade”.

 

 

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