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"O governador que destrói o seu estado, ele quem deve bancar o auxílio emergencial", diz Bolsonaro
Reportagem

"O governador que destrói o seu estado, ele quem deve bancar o auxílio emergencial", diz Bolsonaro

Em Caucaia.
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Após quase três horas de atraso ao horário previamente marcado, aproximadamente às 17h15 o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) chegou ontem ao canteiro de obras da duplicação da BR-222, em Caucaia, enérgico, cumprimentando os apoiadores que se aglomeravam desde o início da tarde. No discurso, Bolsonaro atendeu aos anseios do público que gritava "Camilo ditador", e criticou a postura de governadores favoráveis ao isolamento social, dando a entender que a medida seria um fator agravante para os índices de desemprego no Brasil.

"Não podemos dissociar a questão do vírus e o desemprego. São dois problemas que devemos tratar de forma simultânea e com a mesma responsabilidade." E continuou: "Governador que fechar seu estado e que destrói emprego, ele é que deve bancar o auxílio emergencial". Para Bolsonaro, a "politicalha do 'fica em casa' não deu certo e não vai dar certo".

O chefe do Executivo anunciou novas parcelas do auxílio emergencial para os próximos meses, mas destacou que o financiamento deveria ser custeado pelos governos estaduais que adotam medidas de isolamento mais rígidas para conter a disseminação da Covid-19. A fala de Bolsonaro pode ser lida como uma crítica direta à atuação do governador Camilo Santana (PT) que, na tarde de ontem, 26, anunciou novas medidas de combate à pandemia, restringindo por mais tempo a circulação de pessoas nas ruas.

Momento mais complicado da pandemia e no dia em que o primeiro caso de Covid-19 confirmado no Brasil completou um ano, Bolsonaro não se ateve a lamentações. "A pandemia nos atrapalhou bastante, mas venceremos esse mal."

Em anúncio dado no perfil do governador Camilo no Twitter, após reunião com o Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia, dentre outras coisas, foi ampliado o horário para o toque de recolher no Ceará.

"Todas as medidas têm um único objetivo: proteger os cearenses e salvar vidas", escreveu Camilo após dar detalhes de como funcionará o novo decreto que passa a valer hoje, 27, e vai até o próximo dia 7.

Ainda em Caucaia, ao falar sobre as obras federais em andamento, o presidente Jair Bolsonaro fez novas críticas, agora para gestões passadas. "Tínhamos desvios de dinheiro público e obras mal feitas, mas essa época acabou." (Samuel Pimentel, Leonardo Maia e Maria Eduarda Pessoa/ Especial para O POVO)

 

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