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300 mil vidas perdidas para a Covid-19 no Brasil
Reportagem

300 mil vidas perdidas para a Covid-19 no Brasil

O sofrimento da população supera os dígitos alarmantes, que vêm apontando recordes seguidos de mortes. Foram 2.009 novos casos nas últimas 24 horas, totalizando 300.685 mortes. Um terço dos óbitos foi registrado nos últimos dois meses e meio
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CEMITÉRIO Nossa Senhora Aparecida em Manaus: Brasil segue com a pandemia sem controle (Foto: MICHAEL DANTAS / AFP)
Foto: MICHAEL DANTAS / AFP CEMITÉRIO Nossa Senhora Aparecida em Manaus: Brasil segue com a pandemia sem controle

Sem perspectivas de estar perto do fim, a pandemia segue em descontrole no Brasil. É como se cidades fossem completamente eliminadas do mapa. Aviões caíssem todos os dias. São 300 mil vítimas da Covid-19 no País. Um terço desse total foi registrado apenas nos últimos dois meses e meio. O número alarmante não é surpresa. O sofrimento supera os dígitos. A tragédia, que vem sendo anunciada há meses, é incalculável. Conforme balanço do Ministério da Saúde, atualizado ontem, 24, às 20 horas, foram 2.009 novos casos, totalizando 300.685 mortes.

Conforme Isabel Leite, professora de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), "há um franco crescimento dos casos e esgotamento das instalações de saúde, com vacinação ainda a passos muito lentos." Além do excesso de óbitos pela Covid-19, que vem sendo registrado desde o ano passado, a situação crítica se estende a outros casos. "Excesso de mortes por outras condições, pelo fato de a pessoa não conseguir acesso ao serviço de saúde. Agravamento de doenças crônicas como doenças cardiovasculares, principal causa de adoecimento e morte na população. Agravamento e atraso de diagnósticos e tratamentos na área de oncologia e diálise, por exemplo". cita.

Aceleracao das mortes por covid-19 no Brasil
Aceleracao das mortes por covid-19 no Brasil (Foto: Aceleracao das mortes por covid-19 no Brasil)

Não há sinal de controle da Covid-19 em nenhum Estado. Com isso, a epidemiologista aponta a necessidade de manter o máximo de controle de casos em termos de diagnóstico e isolamento. "As próprias medidas restritivas tão indesejadas pelos grupos econômicos são inevitáveis. O contraponto entre economia e saúde nunca deveria ter existido, mas foi alimentado", frisa.

Na análise da ginecologista e obstetra Liduína Rocha, integrante do Coletivo Rebento - Médicos em Defesa da Vida, da Ciência e do SUS, o País pode continuar a ter ondas com variantes maior com adaptação viral, maior nível de contágio ou de agressividade com relação ao quadro clínico.

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"O cálculo do que vai significar para as nossas vidas e para as vidas futuras é imensurável. A tragédia é que existe uma pandemia e o enfrentamento à ela foi o pior possível. Estão morrendo não só de Covid-19 mas pela política do Governo Federal. Nossa esperança é conseguir modificar a realidade da política sanitária e compreender que a vacina é a solução que a ciência aponta", alerta a médica.

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O recém empossado ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que pretende acelerar a vacinação no País, saltando das atuais 300 mil aplicações para 1 milhão por dia. A expectativa da pasta é receber 38 milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19 no mês que vem. Em sua primeira entrevista após assumir o cargo, ele demonstrou alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro e disse ser preciso evitar o lockdown, que inclui medidas como fechamento de escolas, comércio e restrições de circulação. "Quem quer lockdown? Ninguém quer lockdown."

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Ao se opor a um lockdown nacional, Queiroga disse que uma comissão formada por representantes dos Estados e Congresso vai discutir "políticas de distanciamento social que sejam adequadas". "O que nós temos, do ponto de vista prático, é adotar medidas sanitárias eficientes que evitem lockdown. Até porque a população não adere a lockdown", afirmou. (Com Agência Estado)

 

Vacina

A partir de hoje, feriado da Data Magna do Ceará, 25, até o domingo, 28, 43 postos de saúde de Fortaleza estarão abertos exclusivamente para vacinar idosos agendados contra a Covid-19.

 

José Sarto, prefeito de Fortaleza
José Sarto, prefeito de Fortaleza

Sarto diz que números de casos em Fortaleza estão melhorando

Durante anúncio da segunda etapa de distribuição de kits alimentares para alunos da rede pública, nesta quarta-feira, 24, o prefeito Sarto (PDT) ressaltou a necessidade das medidas de isolamento na Capital. Segundo ele, os índices da pandemia em Fortaleza vêm melhorando de forma "devagar", o que considerou positivo devido ao reflexo das medidas contra o vírus. "Com o distanciamento, uso de máscara e vacinação, vamos conseguir", torceu.

Fortaleza e todo o estado do Ceará segue em lockdown até o próximo dia 28 de março. Segundo o prefeito, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cristo Redentor receberá em breve um anexo com 20 leitos. "Serão 1.038 leitos só em Fortaleza, sem contar os leitos disponibilizados pelo Estado. Estamos fazendo tudo o que podemos fazer", contou.

A Capital acumula 155.192 casos confirmados da doença e 5.627 óbitos por Covid-19. Outros 31.678 casos seguem em investigação e 73.846 pessoas já se recuperaram da doença. Os idosos de 73 anos começaram a ser vacinados contra a Covid-19 na terça-feira, 23, em Fortaleza. A segunda etapa de imunização teve início na segunda-feira, 22, com as pessoas de 74 anos e seguiu nesta quarta-feira, 24.

Veja lista de idosos de 73 anos agendados para hoje, 24 de março (24/03).

 

Um total de 237.500 kits com dez itens alimentares será distribuído para os alunos da rede Municipal de forma individual. Cada kit contém uma bandeja com 12 ovos, 1kg de açúcar, 2 kg de arroz branco, um pacote de macarrão espaguete, um pacote de biscoito, 1kg de feijão, uma garrafa de óleo de soja, 1 kg de sal, 1 kg de farinha de mandioca e um pacote de farinha de milho. A retirada do kit é agendada, para evitar aglomerações.

Desta quarta-feira, feriado da Data Magna do Ceará, 25, até o domingo, 28, 43 postos de saúde de Fortaleza estarão abertos exclusivamente para vacinar idosos agendados contra a Covid-19. Quem está agendado e recebeu a confirmação pode comparecer ao local entre 8h e 17 horas. Capital avança na imunização e passa a vacinar pessoas a partir de 72 anos.

Os idosos de 74 e 73 anos seguem sendo atendidos em paralelo. A meta é utilizar as 90 mil doses recebidas através do Ministério da Saúde e repassadas pelo Governo do Estado. Equipes de enfermeiros e técnicos responsáveis pela aplicação do imunobiológico nos idosos agendados estarão disponíveis no feriado e no fim de semana nas unidades.

Confira os postos de saúde que receberão a vacina da Covid-19:

Regional de Saúde I


Francisco Domingos
Guiomar Arruda
Maria Aparecida
Paulo de Melo
Virgílio Távora

Regional de Saúde II


Flávio Marcílio
Frei Tito
Irmã Hercília
Rigoberto Romero
Sandra Maria Faustino


Anastácio Magalhães
César Cals de Oliveira
Eliézer Studart
Ivana Paes
Licínio Nunes
Waldemar Alcântara

Regional de Saúde IV


Antônio Ciríaco
Gothardo Peixoto
Luis Albuquerque
Oliveira Pombo
Roberto Bruno

Regional de Saúde V


Abner Cavalcante Brasil
Argeu Hebster
Guarany Mont’Alverne
José Galba de Araújo
Jurandir Picanço
Maciel de Brito
Pedro Celestino
Pontes Neto
Regina Maria Severino
Zélia Correia

Regional de Saúde VI


Acrísio Eufrasino de Pinho
Alarico Leite
Anísio Teixeira
Edmar Fujita
Evandro Ayres de Moura
Maria de Lourdes
Marcos Aurélio Rabelo
Melo Jaborandi
Monteiro de Moraes
Osmar Viana
Otoni Cardoso
Waldo Pessoa

Oito centros de vacinação em Fortaleza:

Drive-thru e pontos de acolhimento para vacinação, para atender tanto os idosos que dispõem de carro como os que utilizam outros meios de transporte:


- Arena Castelão
- Centro de Eventos
- Shopping RioMar Fortaleza (Papicu)
- Shopping RioMar Kennedy

Salas de acolhimento para vacinação:


- Cuca Barra do Ceará
- Cuca Jangurussu
- Cuca José Walter
- Cuca Mondubim.

(Marília Freitas). 

 

 

 

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