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Crise econômica impulsiona busca por novos negócios
Reportagem

Crise econômica impulsiona busca por novos negócios

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Tipo Notícia

Mas por que essas empresas estão despontando no mercado atraindo investidores nacionais e internacionais? Na avaliação do coordenador do Centro de Empreendedorismo da Universidade Federal do Ceará (CEMP/UFC), Abraão Saraiva, vários fatores estão se somando para isso. O primeiro deles é o próprio contexto da pandemia que favorece a digitalização da economia. Mas é preciso considerar também o amadurecimento das startups cearenses.

”É preciso lembrar que, em 2015, houve um agravamento muito forte da crise econômica do País, cujos reflexos perduram até hoje. E, em momentos de crise como esses, uma saída muito buscada é o da atividade empreendedora. No Ceará, não é diferente. Muitas startups começaram a desenvolver soluções naquela época, várias iniciativas de apoio à inovação também foram criadas no Estado, e isso agora começa a dar frutos.”

Ele explica que a taxa Selic, em patamares muito baixos, também favorece a busca por investimento de maior risco. Além do próprio perfil dos empreendedores cearenses que também é um ponto positivo, assim como a qualidade do produto e de gestão.

“Nós temos no Ceará uma característica forte nos empreendedores que é o senso de escassez. E isso, de certa forma, nos molda para buscar fazer mais com menos. O Estado também vem conseguindo bons resultados em educação”, opina Abraão.

A opinião é compartilhada pelo diretor de operações da Casa Azul Ventures, Maurício Cardoso. Ele explica que nos últimos anos é perceptível um aquecimento do ecossistemas de startups no Estado. Tanto no sentido de estímulos ao setor, como de capital disponível, e na qualidade dos projetos. “Não basta apenas ter uma boa ideia, é preciso que aquela startup tenha um modelo de negócio viável e escalável. Uma aceleradora ou investimento externo não vai mudar o plano de negócios daquela empresa, aumentar as competências, o que vai fazer é ajudá-la a atingir seus objetivos de forma mais rápida”.

A Casa Azul, aceleradora do Grupo O POVO, criada em 2017, tem hoje oito startups abrigadas em seu guarda-chuva (Mercadapp, Urbis, Levarti, Labpacs, Be My Guest, Servit, Susclo e Sistema Contas) que recebem desde mentoria, investimento, conteúdos e acesso a uma rede de contatos que podem ajudar essas empresas a ganhar escala no mercado. Também realiza eventos que impulsionam a conexão entre os agentes do sistema. Maurício explica que hoje o número de empresas atendidas pela aceleradora é o dobro da que tinha há seis meses. “Esse aumento tem relação direta com nossa capacidade de operacionalização, para que a gente consiga dar a atenção que aquela empresa requer naquele estágio de negócio."

 

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