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Ensino médio privado volta ao presencial na próxima segunda; público planeja retorno em agosto
Reportagem

Ensino médio privado volta ao presencial na próxima segunda; público planeja retorno em agosto

| LIBERAÇÃO | Ontem, 11, governador Camilo Santana (PT) anunciou liberação de aulas presenciais em todas as séries do ensino médio no Estado. Secretaria da Educação diz que rede pública finaliza primeiro semestre de 2021 remotamente e deve voltar ao presencial em agosto
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ESCOLAS se prepararam para volta dos estudantes de forma presencial (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR ESCOLAS se prepararam para volta dos estudantes de forma presencial

As aulas presenciais em todas as séries do ensino médio foram liberadas ontem, 11, pelo governador Camilo Santana (PT). Conforme a Secretaria da Educação (Seduc), as escolas da rede pública estadual de ensino vão finalizar o primeiro semestre letivo de 2021 neste mês de junho sem formato presencial. A pasta informou que trabalha para "em agosto, as escolas públicas de ensino médio voltarem de forma híbrida". No caso do ensino particular, cerca de 200 escolas devem retomar o ensino presencial para alunos desta etapa já na próxima segunda-feira, 12.

A decisão foi tomada pelo Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia e anunciada em live de divulgação das novas medidas que contemplam a flexibilização das medidas no Ceará.

O ensino presencial estava já permitido para turmas até o 9º do Ensino Fundamental. Escolas particulares aderiram. Contudo, mesmo com a autorização, secretarias de educação mantiveram ensino remoto.

A secretaria disse ainda que "mesa de negociação permanente" será mantida com a participação do Sindicato Apeoc e representantes de estudantes. "Existe uma portaria com orientações. Assim que possível, será efetivado esse retorno de forma gradual e segura, conforme orientação do governo estadual", aponta.

O professor Anízio Melo, presidente do Sindicato dos Professores e Servidores de Educação e Cultura do Estado e Municípios do Ceará (Apeoc), frisou que a nova medida não vai alterar nada agora no ensino público. "Entendemos que as condições não estão dadas para o retorno. Está acordado que qualquer medida será tomada em conjunto. Havendo condições sanitárias, estamos dispostos a conversar. Vamos estabelecer isso dentro da comissão", afirmou.

"O semestre se encerra em junho, com férias em julho. Então, vamos avaliar as condições sanitárias. A regularidade presencial das aulas só pode se dar partir das condições sanitárias satisfeitas em uma mesa de diálogo permanente", frisou o representante da categoria.

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Conforme Henrique Soarez, um dos diretores do Colégio 7 de Setembro e coordenador da força-tarefa pela volta às aulas presenciais do Sinepe, afirma que a grande maioria das escolas associadas deve retornar ao ensino presencial. "A gente já estava esperando isso há um mês. São 452 dias em que o ensino médio ficou sem aula presencial. Essa demora do ensino médio pegou a gente de surpresa. O outro lado da moeda é que a gente já estava com tudo pronto", afirmou.

Ele detalha que algumas escolas irão utilizar diversos espaços das unidades, como laboratórios, auditórios e bibliotecas, para que haja cumprimento das regras. "Os últimos decretos vêm com o percentual de capacidade da sala. Estamos procurando espaços ventilados. Além do distanciamento, a coisa mais importante é a ventilação", diz sobre as medidas para evitar o contágio da Covid-19.

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As famílias ainda têm o direito de decidir se os alunos voltam a assistir as aulas nas escolas ou se continuam participando de casa. "Vamos utilizar essas duas semanas e meia até o final do semestre. Se a autorização não viesse agora, a gente ia passar o mês de julho todo no suspense. Vamos ter tempo de acolher os alunos de volta, ver algum tipo de problema que não conseguimos detectar pela câmera", acrescentou.

A liberação das aulas presencialmente tem sido tema de impasse entre categoria de profissionais da educação e instituições de ensino particular. Os danos causados pelo ensino remoto e o risco de contaminação diante da pandemia do coronavírus são pontos levantados por quem é a favor e contra, respectivamente.

Em maio, a 3ª Vara da Fazenda Pública concedeu uma tutela pedida por meio de Ação Popular autorizando ensino presencial em todos as séries do ensino médio. No dia seguinte, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) derrubou a liminar com essa determinação atendendo a pedido do Governo do Estado.

 

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