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Pipo Saúde recebe R$ 100 milhões em aporte
Reportagem

Pipo Saúde recebe R$ 100 milhões em aporte

STARTUP Healthtech recebeu aporte liderado pela Thrive Capital, no que é o maior investimento Series A do mercado de saúde
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Manoela Mitchell, CEO da Pipo Saúde. A startup de saúde recebeu aporte de R$ 100 milhões. (Foto: Tiago Queiroz / Divulgação)
Foto: Tiago Queiroz / Divulgação Manoela Mitchell, CEO da Pipo Saúde. A startup de saúde recebeu aporte de R$ 100 milhões.

O maior aporte em investimento em startups aconteceu em julho, com a healthtech Pipo Saúde recebendo R$ 100 milhões. A empresa de tecnologia em saúde que tem como foco os serviços para empresas que contratam e gerem planos de saúde, recebeu aporte liderado pela Thrive Capital, um dos maiores investidores em saúde dos Estados Unidos, que, pela primeira vez, lidera um investimento na América Latina.

Esse investimento significa a maior Serie A do mercado de saúde e o maior de uma startup comandada por uma mulher. Ao O POVO, a CEO e cofundadora da Pipo, Manoela Mitchell, a pandemia foi um divisor de águas que impulsionou as healthtechs, mesmo com o desafio de estarem num setor tradicional, como os mercados de saúde e seguros, que trabalharam por anos da mesma forma, engessados.

"Nossa ideia é justamente trazer inovação, tecnologia e uso de dados como facilitadores da cadeia. A saúde privada ainda é extremamente cara e a experiência geralmente não faz jus ao valor. Quando trazemos isso para o mercado corporativo torna-se ainda pior", destaca.

Apesar de a healthtech ter sido fundada há dois anos, a Pipo Saúde já conta com mais de 100 clientes empresariais. A ideia agora é aproveitar a captação para desenvolver os processos para transformar radicalmente a experiência de saúde dos funcionários, ajudando-os a tomarem as melhores decisões para uma vida mais saudável, diz a CEO.

O recurso será destinado a investimentos em tecnologia, contratação de talentos e melhoria do serviço.

Veja a entrevista com Manoela Mitchell, CEO e cofundadora da Pipo Saúde

O POVO - As startups de saúde formam um segmento relativamente novo, mas que vem ganhando muito espaço no mercado. A que se deve esse sucesso e o que podemos esperar para o futuro?

Manoela Mitchell - Acredito que a pandemia foi um divisor de águas para o mercado de saúde e um impulsionador para as healthtechs e empresas que usam a tecnologia nesse setor de modo geral. Durante esse tempo de incerteza, fomos forçados a aceitar melhor o uso da telemedicina, por exemplo. O mercado é um pouco tradicional e se falarmos do mercado de saúde e de seguros são setores que por muitos anos trabalharam da mesma forma engessada. Nossa ideia é justamente trazer inovação, tecnologia e uso de dados como facilitadores da cadeia.

A saúde privada ainda é extremamente cara e a experiência geralmente não faz jus ao valor. Quando trazemos isso para o mercado corporativo torna-se ainda pior, porque saúde é o segundo maior gasto das empresas, atrás apenas de folha de pagamento. Então, começamos a buscar formas de tentar melhorar a experiência ofertada e vimos que tecnologia era o melhor caminho para “disruptar” o mercado.

E acredito que essa é a tendência daqui pra frente. Dificilmente o mercado e a população vão dar um passo para trás no uso e investimento em tecnologia depois de perceber como ela pode deixar todo o processo mais assertivo, ágil e prático para todas as pontas.

OP - A Pipo Saúde está recebendo um grande aporte, o maior da história do mercado nacional? Quais os planos da empresa?

Manoela - Estamos recebendo a maior Series A do mercado de saúde e temos principalmente três pilares principais que pretendemos investir: Contratação de talentos - hoje, a empresa conta com 100 colaboradores e pretendemos dobrar o número de funcionários até o fim do ano, chegando a 200 pessoas; investimentos significativos em tecnologias e dados que permitirão melhorar ainda mais a experiência dos clientes em saúde, considerando que atualmente nosso índice de satisfação já é sete vezes maior que do mercado. Por fim, aceleração do crescimento. Nos últimos 12 meses a empresa cresceu cerca de oito vezes a base de clientes. Hoje temos 100 clientes empresariais, incluindo unicórnios como MadeiraMadeira e Buser, e mais de 15 mil vidas sob gestão.

OP - Essa parceria com a Thrive Capital é um marco para startups do setor de saúde na América Latina. O que isso significa para todo ecossistema?

Manoela - Com certeza esse é um dos pontos que me deixa mais orgulhosa em toda essa jornada empreendedora que começou lá em 2019, quando a Pipo foi fundada. A Thrive é uma grande referência no mercado de saúde digital nos Estados Unidos, sendo inclusive cofundadora da Oscar Health, uma das mais importantes companhias do segmento e tê-los conosco a partir de agora traz todo um know-how que vai nos ajudar bastante. Além disso, ter sido a primeira empresa a receber uma rodada liderada pela Thrive Capital vai nos ajudar a diferenciar ainda mais no mercado. É a confirmação de que estamos no caminho certo.


OP - Como tem sido o trabalho de atração de novos parceiros no setor empresarial e quais as expectativas para o futuro?

Manoela - Nosso time e nossa tecnologia são os maiores ativos que temos para conquistar novos clientes. Além disso, prezamos muito por oferecer a melhor experiência possível tanto para o RH das empresas quanto para todos os colaboradores dos nossos clientes, que aqui na Pipo chamamos de membros. Com isso, os próprios clientes também recomendam nossos serviços e vamos trazendo novas empresas para nossa base.

E nossa expectativa para o futuro é a melhor possível. Esperamos aumentar ainda mais a nossa base de clientes e também o número de vidas sob gestão, sempre visando oferecer a melhor experiência possível, digitalizando toda a jornada do cliente e diminuindo os gaps entre operadoras, RH e usuário final.

 

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