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Demanda da China pode expandir volume exportado
Reportagem

Demanda da China pode expandir volume exportado

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Os melões lideram a lista de frutas exportadas pelo Estado do Ceará, movimentando US$ 50,4 milhões em 2020 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Os melões lideram a lista de frutas exportadas pelo Estado do Ceará, movimentando US$ 50,4 milhões em 2020

Com a produção ainda em curso, uma aposta dos produtores cearenses é de que negociações com a China ampliem em até 10% o volume exportado em 2021, segundo afirmou Silvio Carlos Ribeiro, secretário executivo do Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Econômica e Trabalho (Sedet).

"Acredito, e tenho conversado bastante com produtores, que pode vir a ter um incremento das exportações tanto pelo nosso mercado na Europa, quanto o mercado da China também. Uma carga da China, já aumenta bastante o volume."

Ribeiro conta que esteve com representantes de grandes companhias do setor, como os proprietários da Agrícola Famosa e da Terra Santa, dos quais soube que as tratativas para novas cargas devem fechar até o fim de setembro, sinalizando envio das frutas entre novembro e dezembro.

Já a MSC acompanha as negociações com certa cautela, uma vez que estabeleceu na Europa e no Mediterrâneo mercados cujo atendimento consegue ser feito com tempo de trânsito confiável para a operação.

"O destino China ainda não é uma coisa que está muito madura no nosso radar. A China seria um produto totalmente diferente, que eu honestamente, apesar de a gente chegar nessa discussão com bastante interesse, a gente ainda não conseguiu achar um ângulo para que esse serviço possa ser viável com os volumes até agora apresentados", analisa Elber Justo, diretor-presidente da MSC Brasil.

Mas o aumento de 10% para envio de frutas ao exterior projetado pela Sedet, no entanto, não significa aumento da área plantada no Ceará. O Estado mantém média de 1,5 milhão de hectares cultivados, dos quais 95% são agricultura de sequeiro (técnica utilizada em terrenos onde há pouca pluviosidade) e 5% de irrigação.

As frutas dominam praticamente toda a área de irrigação, de acordo com o secretário executivo, com destaque para o melão e a melancia. As mangas e as uvas também exportadas via Porto do Pecém têm origem no Vale do São Francisco, entre Pernambuco e Bahia.

Entre empresas e agricultores menores, cuja produção é destinada ao mercado nacional, a agricultura conta com cerca de 70 mil pessoas ocupadas no Ceará, segundo dados compilados pela Sedet.

Sem chuva, a produção cearense enfrentou dificuldades em manter o volume produzido em 2020 neste ano e garantir a parcela para exportação, segundo Silvio Carlos Ribeiro. A chegada de parte das águas da Transposição do Rio São Francisco foi que garantiu o volume.

"Estive em algumas empresas e nenhuma fala em redução, falam em aumentar a produção, ou manter o mesmo patamar, principalmente, o melão", assegura. Mas levar as frutas cearenses, ou embarcadas no Ceará, ao exterior esbarra em gargalos logísticos.

Assim como o diretor-presidente da MSC Brasil, o secretário aponta o tempo de transporte via navio comparado ao tempo útil de consumo das frutas, além da crise dos contêineres.

No entanto, o câmbio favorável, com dólar valorizado sobre o real, contrabalança os gastos dos produtores e estimula o aumento das exportações.


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