A primeira rodada da pesquisa Ipespe contratada pelo O POVO traçou um perfil ideológico do eleitorado cearense, segundo seu alinhamento no espectro político que vai da direita à esquerda. De acordo com a sondagem, 25% dos consultados se reconheceram como sendo de esquerda, enquanto outros 24% se posicionaram à direita. Somados, os dois campos, sozinhos, respondem por quase metade das respostas, ou seja, direita e esquerda polarizam as preferências entre eleitores no estado.
Ainda de acordo com a pesquisa, 6% se autodeclararam de centro-esquerda, 8% de centro e 4% de centro-direita, somando 18% de eleitores que se situam na órbita do centro, pendendo para um lado ou para outro. A maior parte dos pesquisados pelo Ipespe, contudo, não soube ou não quis responder se se identifica mais com esquerda, centro ou direita: 32%.
Esse patamar é superior ao de eleitores que se declararam mais ao centro e maior também do que o daqueles que se relacionaram com cada ponta do espectro político (esquerda e direita).
Aos eleitores ouvidos na pesquisa, o instituto perguntou: "Pensando na sua posição político-ideológica, o (a) sr. (a) se classifica como de esquerda, de centro-esquerda, de centro, de centro-direita ou de direita?".
O levantamento do Ipespe foi às ruas de cidades de todas as regiões do Ceará entre 30 de julho a 2 de agosto. A margem de erro máxima estimada é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95,5%.
O Ipespe ouviu mil pessoas com 16 anos ou mais, por telefone, via sistema Cati Ipespe. A pesquisa foi contratada pelo O POVO e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os números BR-03845/2022 e CE-01693/2022.
Embora tenha indicado um equilíbrio ideológico entre eleitores distribuídos na esquerda e na direita, o Ipespe mostrou ampla vantagem do ex-presidente Lula (PT) no estado na disputa pelo Planalto. Conforme dados da pesquisa já divulgados pelo O POVO, o candidato petista tem 55% das intenções de voto, ante 20% de Jair Bolsonaro (PL) e 11% de Ciro Gomes (PDT).
André Janones (Avante), que já retirou sua candidatura para apoiar Lula mas ainda era postulante quando a consulta estava no campo, marca 4%. Simone Tebet (MDB) tem 1% e Vera Lúcia (PSTU), também 1%.
Lula figura acima do percentual de eleitores que se declaram apenas como de esquerda. Do total de cearenses que dizem ter preferência de voto no ex-presidente, 41% se consideram como pertencentes a esse âmbito ideológico. Contrastando com esse número, somente 2% do universo de eleitores potenciais de Lula se reconhecem como de direita, 6% como de centro-esquerda, 3% de centro e 3% de centro-direita. A maior fatia lulista, portanto, situa-se à esquerda.
Há também uma faixa bastante expressiva de eleitores do petista que não soube ou não quis responder: 44%. Esse dado indica que existe uma parcela significativa não alinhada com qualquer um dos lados.
No caso do presidente Jair Bolsonaro, o cenário é diferente. O percentual de eleitores que não souberam ou não quiseram responder foi de zero, apontou o Ipespe. Na base de intenção de voto no atual mandatário, nenhum eleitor se identificou como de esquerda, enquanto 93% se manifestaram como de direita. Quando questionados sobre a centro-esquerda, novamente nenhum se relacionou com esse eixo, ao passo que 3% se disseram de centro e 4% de centro-direita.
Esse conjunto de estatísticas sugere que o eleitor bolsonarista tem mais consciência do perfil ideológico do presidente e de seus vínculos com o espectro direitista, a partir de um discurso conservador mais demarcado.
Entre eleitores de Ciro Gomes, dá-se um equilíbrio que espelha as estratégias do pedetista de procurar espaço à esquerda e à direita, na tentativa de ocupar essa região entre Lula e Bolsonaro, mas sem sucesso até aqui. Dos consultados que apontaram intenção de voto em Ciro, 11% se encaminharam para a esquerda, 25% para a centro-esquerda, 26% para o centro, 7% para a centro-direita e 17% para a direita.
Logo, totalizando-se as faixas de centro, o candidato do PDT agrupa mais de 50% de seu eleitorado no centro ou na centro-esquerda e apenas 7% na centro-direita. Também com Ciro a quantidade de eleitores que não responderam ou não quiseram é menor do que com os eleitores de Lula: 14%.
No geral, esses números do Ipespe desenham um quadro no Ceará semelhante ao que se verifica no restante do país, à exceção talvez de uma presença mais substantiva do espectro de esquerda entre eleitores lulistas.
Wagner tem 11% de seu eleitorado identificado com a esquerda, aponta pesquisa
Rodada da pesquisa Ipespe divulgada pelo O POVO revelou que 11% daqueles que declaram intenção de voto em Capitão Wagner (União Brasil) se reconhecem como sendo de esquerda e 2% de centro-esquerda.
Os dados estão em levantamento feito pelo instituto entre 30 de julho e 2 de agosto. A pesquisa foi às ruas de cidades de todas as regiões do Ceará. A margem de erro máxima estimada é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95,5%.
O Ipespe ouviu mil pessoas com 16 anos ou mais, por telefone, via sistema Cati Ipespe. A sondagem foi contratada pelo O POVO e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os números BR-03845/2022 e CE-01693/2022.
De acordo com o levantamento, 51% dos eleitores que manifestam desejo de votar em Wagner se situam no campo da direita, enquanto 8% se posicionam no centro e 6% na centro-direita.
Candidato do PDT, Roberto Cláudio tem a maior parte de seus eleitores potenciais identificada com a esquerda: 28%. Outros 12% se colocam na centro-esquerda, 12% no centro, 3% na centro-direita e 11% na direita.
O postulante com a maior faixa de eleitores à esquerda é Elmano Freitas (PT): 61%. Entre possíveis votantes do concorrente petista ao Abolição, 14% se mostraram na centro-esquerda, 2% no centro, 2% na centro-direita e apenas 1% na direita.
Nesse cenário da pesquisa, Wagner e RC apresentam uma característica curiosa: se o candidato do União Brasil preserva uma faixa de eleitores à esquerda, com 11%, Roberto Cláudio tem a mesma cota de 11% de eleitores à direita.
RC, no entanto, pontua melhor do que Wagner e Elmano nos grupos mais ao centro: 27% do seu eleitorado potencial se coloca entre a centro-esquerda e a centro-direita. Wagner tem 16% situado nesse mesmo intervalo e Elmano, 18%. (Henrique Araújo)
Essa pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (Ipespe), no período de 30 julho a 2 de agosto de 2022, com amostra estadual de mil entrevistados, representativa do eleitorado do Ceará, de 16 anos e mais,
de todas as regiões, por telefone, via sistema Cati Ipespe.
A margem de erro máxima estimada é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95,5%. Percentuais que não totalizem 100% são decorrentes de arredondamento ou de múltiplas alternativas de resposta. A pesquisa foi contratada pelo O POVO e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os números BR-03845/2022 e CE-01693/2022.
Pelo período de aplicação, a pesquisa foi realizada considerando algumas indefinições no cenário político cearense e antes de algumas decisões serem formalmente anunciadas. É o caso da candidatura de Adelita Monteiro ao governo do Estado pelo PSOL. Nesta quarta-feira, 3, Adelita anunciou a retirada da candidatura para apoiar Elmano Freitas, do PT.
Entre os candidatos ao Senado, o médico e ex-secretário da Saúde filiado ao PSDB, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o dr. Cabeto, constava nos cenários considerados pela pesquisa, mas anunciou, no dia 1º de agosto, ter recusado convite para concorrer. Ele seria o candidato apoiado pelo bloco do ex-prefeito Roberto Cláudio, que ainda segue sem apoio definido.
O indígena Paulo Anacé, que chegou a ser pré-candidato pelo PSOL, teve a candidatura retirada. Além disso, pelo apoio do candidato Capitão Wagner (União Brasil) ainda estar incerto, foram considerados dois cenários possíveis: o apoio ao Inspetor Alberto ou a Raimundo Gomes de Matos, ambos do PL.
A pesquisa é realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). Com 36 anos de atuação, o Ipespe tem como presidente do Conselho Científico Antonio Lavareda. Ele é doutor em Ciência Política efoi coordenador ou consultor em 91 campanhas eleitorais majoritárias no Brasil e atuou também em Portugal e na Bolívia.
"O voto dos cearenses, a campanha eleitoral, a relação entre a disputa nacional e a eleição estadual, tudo isso e muito mais será acompanhado pelas pesquisas do Ipespe, com primeira divulgação nessa quinta", disse Lavareda.
O Ipespe já realizou milhares de pesquisas de opinião pública eleitorais, de mercado e sociais, para setor público, setor privado, universidades, organizações não governamentais (ONGs) e da sociedade civil. O instituto faz pesquisas qualitativas, quantitativas face a face e telefônicas, trackings, pesquisas etnográficas, estudos de geografia de mercado, censos, web e mobile surveys e estudos de neurociência aplicada. Faz pesquisas por telefone desde 1993 — foi o primeiro a realizar tracking telefônico em campanha eleitoral.
O POVO+, a plataforma de multistreaming de Jornalismo e Educação do O POVO, disponibiliza o Agregador de Pesquisas de intenção de voto. A ferramenta proporciona compreensão precisa e ampla do desenrolar eleitoral, com suas nuances e tendências.
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O agregador tem números da corrida rumo à Presidência da República, governo dos estados e Senado, além da avaliação do governo federal e de governos estaduais.
O projeto foi desenvolvido pelo DATADOC, o núcleo de dados do O POVO.
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