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Três histórias "Made in Ceará"
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Três histórias "Made in Ceará"

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Wolney Oliveira e o diretor de fotografia Eusélio Gadelha (Xuxu), nas filmagens do longa
Foto: Fotos Divulgação Wolney Oliveira e o diretor de fotografia Eusélio Gadelha (Xuxu), nas filmagens do longa "Lampião, o Governador do Sertão"

A repercussão internacional de um verdadeiro fenômeno brasileiro do século 20; a trajetória de um dos maiores artistas plásticos cearenses; o drama de um pintor obsoleto que, à beira de um colapso nervoso, encontra a possibilidade de reescrever sua história. É ampla a variedade temática dos três filmes cearenses que têm Paris por locação nestes dias.

"Em Lampião, o Governador do Sertão, este novo projeto, que estou filmando agora em Paris, eu analiso a repercussão mundial do cangaço. A influência dele no artesanato, na música, na dança, no cinema...", apresenta Wolney.

"É bom que se diga que a temática do cangaço é uma das mais filmadas no cinema brasileiro. Só que é a mais filmada no campo da ficção. Na realidade o primeiro longa-metragem documentário sobre Lampião será esse", afiança o diretor, que já havia se debruçado sobre o tema em Os Últimos Cangaceiros (2011), que traz a história de Moreno e Durvinha, um casal idoso que integrou o bando de Lampião. Segundo Wolney, este foi o primeiro longa documental sobre cangaço.

Já Joe navega por mares até então pouco conhecidos. O projeto de Antonio Bandeira, o Poeta das Cores surgiu em sua vida a partir de um convite de Francisco Bandeira, sobrinho do artista plástico. "Ele me convidou há um tempo. Depois, passou a insistir para que eu aceitasse. Eu não conhecia o personagem, nem nada sobre ele. Comecei a estudar, a gente mandou para o edital de Cinema e Vídeo do Ceará de 2016 e deu certo", relata.

Em Paris, Joe filmou alguns depoimentos e algumas sequências "ficcionais". "Assim, eu trouxe o Francisco, sobrinho do Bandeira, e a gente rodou umas (cenas) noturnas com ele, meio que tentando reconstituir o Bandeira na época em que ele esteve aqui, que foi de 1946 a 1967. Basicamente eu fiz depoimentos, essas reconstituições do Bandeira e mais planos gerais da cidade. Fomos nas duas universidades, nas duas escolas que ele frequentou, o hospital que ele faleceu", descreve o diretor. Além da Cidade Luz, Antonio Bandeira já tem filmagens marcadas para o início do ano que vem em São Paulo, Rio de Janeiro e em Fortaleza.

Enquanto isso, Wolney tem em seu planejamento a filmagem em Paris de depoimentos de alguns críticos franceses de cinema, como Sylvie Pierre, nome icônico da também icônica revista Cahiers du Cinéma. Além da França, Lampião terá sequências filmadas em Madri, na Espanha, e em Nova York, nos Estados Unidos.

"A sequência inicial de Lampião, o Governador do Sertão é em Madri. O filme abre com uma versão de Mulher Rendeira (tema do filme O Cangaceiro, cuja autoria é atribuída a Lampião e que seria um canto de guerra de seu bando) cantada em espanhol e termina em Nova York, com uma versão da canção que se chama The Bandit. Esta canção teve mais de 200 versões gravadas", adianta. "No final de outubro, logicamente, a gente vai filmar em Juazeiro (do Norte), Crato, Barbalha, Caruaru, Paulo Afonso, Piranhas... Também vai ter a parte do Nordeste".

Vermelho Monet, de Halder Gomes, finaliza no dia 2 de novembro as filmagens em Lisboa. Além delas, há as sequências na capital francesa. "São uns pontos de vistas de Paris, a partir da personagem da Maria Fernanda, e umas imagens também em movimento para colocar em chroma (key)", explica Joe. Halder completa: "Estas cenas do chroma foram feitas no Hotel Pestana em Lisboa, com a Fernanda, como se fosse em Paris. Estas sequências em Paris serão fundidas na ilha de edição".

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