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Killin' Ground renova metal cearense em disco de estreia
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Killin' Ground renova metal cearense em disco de estreia

Músicos cearenses apostam em experimentalismos e influências do heavy metal moderno em disco de estreia
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A banda Killin’ Ground é formada Felipe Fernandes (voz), Léo Brandão (guitarra), Elias Firmino (guitarra), Eduardo Melo (baixo) e Ítalo Sampaio (bateria) (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação A banda Killin’ Ground é formada Felipe Fernandes (voz), Léo Brandão (guitarra), Elias Firmino (guitarra), Eduardo Melo (baixo) e Ítalo Sampaio (bateria)

Poucas bandas nascem promissoras. Nem todas percebem a importância que um trabalho de marketing ou de assessoria podem acarretar na repercussão de um primeiro CD. No caso da Killin' Ground, banda cearense formada em 2015, o disco de estreia não só está tendo boa circulação por Fortaleza, como também na Europa e na Ásia através do seu trabalho de marketing em parceria com a MS Metal Records. The Weight of The Crown apresenta uma ótima qualidade de masterização e mixagem. O disco entrega a excelente sincronia entre Felipe Fernandes (vocais), Elias Firmino e Léo Brandão (guitarras), Eduardo Melo (baixo) e Ítalo Sampaio (bateria).

O material conta com sete faixas, totalizando 43 minutos de audição. As duas primeiras músicas, The Weight of The Crown e Wings For The Fallen já surpreendem por terem mais de sete minutos de duração. A faixa-título, que abre o trabalho, começa com uma bela introdução de piano antes de entrarem os outros instrumentos. Felipe Fernandes entra potente com o seu vocal "gritante" e rasgado ao mesmo tempo, se mantendo assim durante toda a faixa. O som moderno da banda permite alguns experimentalismos, como solo de baixo seguido por solos de guitarra, ambos na mesma canção, o que dá um ar técnico e de muita qualidade.

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Wings For The Fallen segue o mesmo estilo, mas dessa vez o vocal também paquera com o experimentalismo. Isso vem logo na introdução quando Felipe narra em tom mais baixo, como se colocasse o ar para dentro dos pulmões. Além disso, nos deparamos com o primeiro refrão melódico do disco. As primeiras duas faixas já apresentam elementos não muito usados pelas bandas de heavy metal de Fortaleza, e sobre isso, o guitarrista Leo Brandão explica. "O primeiro CD visa dar uma nova cara ao metal local e conta com elementos de diversos estilos. O trabalho levou aproximadamente um ano (de produção) e contou com a participação de composições inéditas do ex-guitarrista Victor Catrib e a participação especial de Pilho Silva, grande músico local".

Terceira faixa de The Weight of The Crown, Broken Mirrors é uma das faixas mais rápidas e influenciadas pelo thrash metal. A bateria cadenciada é bem diversificada e apresenta vários tipos de linhas durante toda a música. O vocalista Felipe usa e abusa de gritos, alguns sendo até mais rasgados que o normal. Aos fãs de "palhetadas" na guitarra, esta música também é uma refeição completa, digna de fazer grandes mestres, como Jon Schaffer do Iced Earth, se orgulharem. Reverse the hunt nos faz pensar que a música seguirá novamente um estilo mais thrash metal, mas é só o começo. A faixa apresenta linhas melódicas de guitarras em alguns momentos, e confesso que neste ponto do CD sinto falta de mais linhas vocais melódicas. A faixa seria perfeita para explorar mais esta característica.

A música Another Day In Hell começa bem agitada e apresenta backing vocals melódicos, o que me agradou muito, pois enquanto Felipe segue a linha da voz rasgada, os guitarrista dão apoio com vozes mais limpas e melódicas. Não posso deixar de mencionar o nome da música que é bem chamativo. Claramente poderia ser um single da banda.

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O The Weight of The Crown finaliza com a obra prima No Promise From The Land, faixa mais longa do disco. Sua introdução bem ao estilo "noite nas arábias" causa curiosidade, principalmente com a dobradinha baixo e bateria que se segue. A música vai crescendo aos poucos por conta dos grooves de guitarra. Por dois minutos e 16 segundos temos apenas instrumental, e quando você acha que virá o vocal rasgado que esteve presente em 90% do disco, a banda nos surpreende mais uma vez. A voz entra limpa e melódica, mesmo que não dure muito tempo. Quando a música chega na metade, os instrumentos começam a se destacar mais uma vez, bem ao estilo Iron Maiden quando todos os músicos comprovam a ótima sintonia e a qualidade de suas habilidades. Riffs marcantes, empolgantes e até experimentalismos "árabes" aparecem neste momento. A bateria sabe respeitar o momento da música e acompanha o ritmo e os vários solos que são apresentados. Uma verdadeira obra de arte!

O disco encontra-se completo em todas as plataformas digitais e pode ser adquirido em mídia física também com os integrantes. A versão física foi lançada pela MS Metal Records e está sendo distribuída pela Voice Music, que entregará o material em lojas especializadas por todo o Brasil.

Gustavo Queiroz escreve para o site Detector de Metal

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