É preciso visualizar o martelo de Thor para aplacar a dor. Nesta quinta-feira, 5, a última temporada de Vikings estreia no Brasil. A série passou cinco blocos de episódios flertando entre a adoração de um público afoito pela trama e o total desconhecimento por parte do público brasileiro. Amada por muitos e odiada por poucos, a produção realizada pelo History Channel e transmitida para a América Latina pelo canal Fox Premium 2 chega prometendo um fim mais que emblemático. Serão finalmente conhecidos os destinos dos filhos de Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel) - personagem central na trama que continua guiando a narrativa mesmo depois de ter deixado o plano terrestre e ter ido morar em Valhalla.

O sucesso de Vikings é explicado por um conjunto - quase infinito - de acertos. A série é, inclusive, comparada a um fenômeno mundial e sem precedentes: Game of Thrones. Alguns críticos, pasmem!, consideram a produção do History Channel mais articulada, melhor construída e mais dinâmica do que a série da HBO. O primeiro ponto positivo de Vikings é a linearidade da narrativa. Os arcos são claros e os personagens são palatáveis. É possível distinguir começo, meio e fim - existindo uma certa sensação de segurança para quem assiste. O segundo ponto positivo é que, apesar da linearidade, a série não cai na monotonia. Quando menos se espera há uma grande reviravolta, um rei deposto, uma rainha com a orelha cortada, uma dama beirando a insanidade ou até mesmo uma flecha lançada pelas costas.

Outra carta a favor da produção é a aproximação com a realidade. Apesar de muitas questões serem modificadas e de alguns historiadores reclamarem da forma como os povos vikings são retratados, a série consegue manter fidelidade em alguns aspectos bem caros. Os guerreiros não usam elmos, por exemplo - que é um grande erro quando se caracterizam os povos daquela época. Na série, as mulheres também vão para a guerra, são independentes e podem defender seu espaço - e isso também acontecia na realidade.  

Para a sexta temporada, que é a última, a expectativa do público é conhecer os destinos dos quatro filhos de Ragnar Lothbrok: o espirituoso Ubbe Lothbrok (Jordan Patrick Smith), o cativante Hvitserk Lothbrok (Marco Ilsø), o viajante Björn Ironside (Alexander Ludwig), e o insano Ivar, the Boneless (Alex Høgh Andersen). Cada um deles carrega diferentes características do pai e, por isso, há certa dificuldade ao traçar quem deve ter o destino mais vantajoso. Na linha de frente estão Ivar e Björn. O primeiro é perverso e tirano na mesma medida que tem inteligência e loucura. O segundo é audacioso e aventureiro, mas carrega toques de teimosia e autossuficiência inegáveis. Hvitserk e Ubbe  aparecem como os filhos secundários - talvez menos amados pelo pai - mas que ainda têm potencial para surpreender.

Vikings nasceu como uma série de nove episódios feita para existir por apenas uma temporada. Mas a aceitação do público e da crítica foi tão surpreendente que o History Channel resolveu renovar para mais um ano. E esse ciclo permanece desde 2013, quando a produção fez sua estreia. O começo apresentava um fazendeiro chamado Ragnar ao lado da esposa, a escudeira Lagertha (Katheryn Winnick), disponível para desbravar novos mundo ao lado de um amigo, o construtor de barcos Floki (Gustaf Skarsgård). De lá para cá, foram muitas as mudanças. Ragnar traçou uma fama sem precedentes entre o povo viking e sua imagem foi cultuada por guerreiros - que, em seu nome, aceitaram entrar nas batalhas mais insanas. Lagertha permaneceu como a personagem incrível e destemida desenhada nos primeiros episódios. E Floki, bom, deixou que os deuses o guiassem. 

A série Vikings é criativa, surpreendente, instintiva e majestosa ao mesmo tempo. A sexta temporada será dividida em dois blocos - cada um contendo dez episódios. Nos resta saber se a produção continuará mantendo o padrão de excelência que conseguiu alcançar ao longo dos últimos cinco anos. 

Vikings

Estreia da sexta temporada no Brasil, no Fox Premium

Quando: 5 de dezembro, quinta-feira, às 23 horas

Episódio com duas horas de duração

Temporadas anteriores disponíveis na Netflix