Já se vão quase quatro meses desde que as salas de cinema foram fechadas no Brasil por conta da pandemia do novo coronavírus. A medida foi necessária por conta do caráter natural de aglomeração dos espaços, assim como em museus, teatros e outros locais de cultura e entretenimento. Há pouco mais de um mês, o governo do Ceará lançou plano retomada gradual de atividades econômicas no Estado cuja implementação da última fase está prevista para a próxima segunda, 20. No entanto, conforme O POVO apurou, ainda não há previsão de retorno dos cinemas no Estado e protocolos ainda não foram fechados.
As informações relacionadas à situação das salas de cinema no chamado Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e Comportamentais foram obtidas junto à Secretaria do Planejamento e Gestão do Governo do Estado (Seplag), que compõe o grupo de trabalho que estabeleceu o referido plano. Conforme a assessoria explicou, os cinemas estariam previstos, de fato, para a fase 4, que iniciaria no dia 20 de julho, mas "tudo vai depender da situação epidemiológica" e mudanças no plano podem acontecer - como foi o caso da chegada à fase 3, que inicialmente previa funcionamento noturno de bares e restaurantes, o que não foi concretizado por conta de determinados indicadores epidemiológicos.
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A Seplag reforçou, no contato, que as decisões de protocolo devem passar pela aprovação da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). O POVO também contactou a Secretaria da Cultura do Estado para saber sobre processos de reabertura das salas do Cinema do Dragão e do Cineteatro São Luiz e a assessoria informou que "todas as etapas de reabertura (dos equipamentos culturais da Secult) serão consolidadas com a Sesa. Com o aval da Sesa, a Secult vai estabelecendo as medidas de modo integrado ao plano setorial da Cultura de Reabertura dos Equipamentos". Programador do São Luiz, Duarte Dias afirma que o equipamento "está atento e seguindo rigorosamente as orientações e determinações do Governo do Estado e da Secretaria da Cultura" e que "não há, no presente momento, uma data específica para o retorno das atividades"
No entanto, medidas de manutenção e higienização já estão sendo estruturadas e, adianta Duarte, "outras ações serão implementadas no transcorrer do processo, dado que dividido em etapas, salientando que tudo visará a máxima segurança do público. Nessa perspectiva, as exibições serão readequadas principalmente em relação à presença e acomodação do público, que deverá obedecer às normas relativas ao distanciamento social e ao percentual de ocupação que for designado para os cinemas, havendo ainda um espaço maior entre as sessões, para que a higienização se dê de maneira segura e adequada tanto para a população quanto para os funcionários do equipamento", elenca.
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No setor privado, os movimentos se assemelham. Grandes exibidoras, distribuidoras e produtoras de cinema lançaram na semana passada a campanha #JuntosPeloCinema. O movimento não é a favor da reabertura dos complexos, mas sim de uma forma de tentar reconectar o público às salas. Entre as ações previstas, estão a divulgação coletiva de informações relativas à retomada e de protocolos de segurança e bem-estar, além de um festival que deve exibir - quando for permitido - filmes de sucesso nas salas de todo o País. Em nota enviada ao O POVO, a UCI Cinemas, que participa da campanha, afirma estar "implementando todas as medidas cabíveis, com o objetivo de preservar não apenas nossos clientes e colaboradores, mas também a coletividade de forma mais ampla" e se compromissou em "retomar gradativamente as atividades das 203 salas UCI de acordo com as adequações do isolamento social em cada praça que está presente".
A espectadora
A psicanalista Joselene Monteiro costumava frequentar o cinema no mínimo uma vez a cada quinzena antes da pandemia, optando por salas como as do Cinema do Dragão e dos shoppings Iguatemi, Aldeota e Del Paseo. "Mesmo já tendo tido Covid-19, não me sinto confortável a frequentar os cinemas tão cedo. Ou seja, não por medo de contaminação, mas sim porque ainda é muito difícil ver o quanto muitas pessoas continuam sem levar a sério a doença mesmo depois de quase 70 mil mortos no Brasil", aponta. "Não se trata da minha segurança pessoal, mas de não querer investir dinheiro em uma experiência que não creio ser segura para a maioria das pessoas neste momento", completa.
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Reaberturas pelo mundo
- Reabertura indefinida
O país, que foi o epicentro da pandemia global, fechou os cinemas em janeiro. Em 20 de março, teve partida o processo de reabertura parcial de atividades e 500 salas reabriram, mas logo foram fechadas novamente em 28 do mesmo mês. Até então, a data da nova retomada ainda não foi estabelecida
- Reabertura em 29/4
A bilheteria do País vem dando sinais de retomada e o suspense de zumbi "#Alive", que estreou em 24 de junho, é o primeiro filme a passar de 1 milhão de ingressos vendidos desde fevereiro no país.
- Reabertura variante em cada estado
As salas estão abrindo em diferentes datas nos EUA. Georgia começou a reabertura no fim de abril, enquanto o Texas deu início à retomada em 1º de maio. Na Califórnia, a data foi 12 de junho. Exibidoras também tiveram planos específicos, como a AMC, que prevê reabertura de todas as salas que detém nos EUA no fim deste mês.
- Reabertura em 4/7 na Inglaterra, 15/7 na Escócia
As datas foram estabelecidas no plano do governo. No entanto, País de Gales e Irlanda do Norte seguem sem retorno estabelecido. Ainda que com permissão, cadeias de cinema britânicas grandes e também independentes decidiram não abrir em julho.
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