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Com sangue e hidromel
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Com sangue e hidromel

| Games | Enorme, belo e divertido, Assassin's Creed Valhalla é um RPG digno da sua atenção. Ainda mais se você é fã de histórias vikings, conquistas e grandes combates
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Assassin's Creed Valhalla (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Assassin's Creed Valhalla

Independente do tipo de jogador, "Assassin's Creed Valhalla" funciona bem tanto como continuação quanto como um ponto de entrada em uma das franquias mais bem sucedidas dos videogames. Mais simples e enxuto que "Assassin's Creed Odyssey", é um game mais palatável, apesar de ainda bastante longo, e que cada vez mais leva a série "Assassin's Creed" para longe de suas origens, seja para o bem ou para o mal.

Se destacando como uma jornada fantástica a tempos icônicos da história da humanidade, uma hora ou outra, a temática viking seria a escolhida como pano de fundo de uma narrativa em "Assassin's Creed". Em seu primeiro capítulo na era do Playstation 5 e do Xbox Series X|S, a desenvolvedora Ubisoft nos leva aos conflitos entre Noruega e Grã-Bretanha em grande estilo.

Fãs de séries televisivas como "Vikings" e "The Last Kingdom", se animem! Aqui há tudo o que se espera de um game centrado nesta temática. Conquistas, pilhagens, combates sangrentos, neve e muita bebida são apenas parte do arsenal de elementos que farão qualquer um se sentir presente nos tempos áureos dos devotos de Odin.

No game, você controla Eivor, um guerreiro (ou guerreira) Viking que vive da sede de vingança desde criança, em busca de retomar o poder, tirado de seus pais e de si durante uma invasão viking inimiga. O embate secreto entre a ordem dos assassinos e dos templários permanece nesta edição, mas continua a decrescer de importância a cada novo game da série. Este é um RPG de ação em terceira pessoa que flerta menos com a importância de assassinar seus inimigos secretamente e mais com a diversão de montar um lobo gigante e dilacerar oponentes com machados afiados em punho.

O mundo aberto em Valhalla é extenso, indo da região nórdica da Europa à antiga Londres, e envolve uma área bem menos vertical do que a de títulos anteriores. Fãs das corridas por cima de telhados em cidades italianas sairão desapontados do quão "rasteira" é boa parte da aventura neste game. Mais alinhados a títulos como "The Witcher", o foco da diversão aqui está no combate e no enfrentamento de grandes desafios.

A mecânica de combate utilizando armas brancas é sensacional. Os comandos intuitivos e a simplicidade nas diferentes formas de combate impressionam e estimulam uma jogatina bem mais agressiva do que furtiva. Apesar da ausência de armas de fogo, há uma grande variedade de armas, como espadas, lanças, machados, arcos e escudos. Cada uma delas apresenta animações próprias, e vantagens e desvantagens que tornam a experiência de testar cada uma necessária e divertida.

A Ubisoft retirou a regeneração da barra de vida e deu a Eivor um número limitado em seu inventário de rações que restauram a saúde. Para sobreviver, é necessário investir no aumento da quantidade de rações armazenáveis e, para isso, gastar recursos que também são usados para melhorar suas opções de ataque.

Outra mudança interessante se dá em um foco maior à melhoria de seus equipamentos, ao invés da constante troca, presente em "Assassin's Creed Odyssey". Ainda há um grande número de itens colecionáveis e armamentos únicos, mas o estímulo à manutenção e evolução das suas armas ao invés da mera troca, soa mais autêntico ao que seria o comportamento de um viking de verdade, uma vez que a cultura desse povo se apoia nas lendas e mitos de espadas e objetos hereditários, e que se tornam mais poderosos a cada nova geração que os empunha.

Tendo sido testado tanto no Playstation 4, quanto no PC e no novo Xbox Series X, é evidente que "Valhalla" foi otimizado para rodar bem em hardwares mais poderosos do que os da geração de consoles que nos trouxe até aqui desde 2013. No PS4, o game até mantém sua bela direção de arte, mas os gráficos e, principalmente, o tempo de carregamento são quase intoleráveis para os padrões atuais. Já no PC mais modernos e nos consoles da nova geração, o game brilha com tecnologias de renderização da luz e com tempos de carregamento muito mais aceitáveis em até surpreendentemente rápidos. Jogar "Valhalla" em um console antigo e em um dos mais novos são duas experiências bastante diferentes em termos de comodidade e qualidade visual.

Mesmo belo e divertido, assim como seus predecessores, este novo "Assassin's" apresenta problemas técnicos e limitações na inteligência artificial de alguns personagens que, mesmo com o poder imersivo dos gráficos da nova geração, tornam alguns momentos com o game experiências desagradáveis.

Em suma, "Assassin's Creed Valhalla" é um forte candidato ao posto de melhor RPG de 2020. Com mecânicas atualizadas e decisões acertadas e que corrigem as frustrações dos últimos dois jogos da franquia, este é menos um exemplo genuíno da série e mais um game diferente de tudo o que a Ubisoft lançou até o momento. Seu enredo é longo, mas empolgante e seus sistemas de combate e evolução mantém o sangue quente durante toda a jogatina.

Onde jogar

Assassin's Creed Valhalla está disponível para Playstation 4 e 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC

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