A preservação da memória e a valorização da história de Fortaleza guiam o projeto no Instagram “Ruas Biográficas”, que traz pequenas biografias de personalidades que dão nome a vias públicas da capital cearense. A partir de financiamento coletivo no Catarse, a ideia é publicar o livro dessa iniciativa. Com apoios a partir de R$ 40, é possível receber recompensas diversas que incluem marcadores de páginas, sketchbooks, canecas e almofadas, além do livro físico. A campanha se encerrará em março.
O projeto foi idealizado pelo jornalista Emmanuel Montenegro há mais de seis anos. O livro trará 300 microbiografias de nomes de ruas de Fortaleza, contemplando 64 bairros. Da quantidade total disponibilizada a partir do financiamento, 20 exemplares serão distribuídos para bibliotecas indicadas por apoiadores
O desejo de Emmanuel de encontrar histórias de Fortaleza já existia. No seu blog “Caminhando e Escrevendo”, o jornalista percorria a Cidade para descobrir personagens e detalhes marcantes a respeito da Cidade. Um dia, se deparou com uma placa biográfica fixada em um muro e decidiu, então, pesquisar sobre ela.
Nesse processo, soube que, durante a primeira gestão do prefeito Juraci Magalhães, o jornalista Cláudio Pereira, então presidente da Fundação Cultural de Fortaleza (Funcet), distribuiu em parceria com a iniciativa privada placas biográficas que identificavam as ruas da Cidade. Entretanto, quando Emmanuel se deparou com algumas delas, encontrou-as mal localizadas e pouco conservadas.
Assim, Emmanuel decidiu “resgatar” essa iniciativa e trazer biografias de nomes registrados em vias da Cidade. Aliando a proposta com as “novas tecnologias”, surgiu, em novembro de 2014, a primeira publicação no perfil do “Ruas Biográficas” no Instagram. A postagem que inaugura o projeto apresenta uma placa com informações sobre o médico cearense José Lourenço.
Leia também | Conheça Rachel Gadelha, nova gestora do Instituto Dragão do Mar de Cultura
O processo de escolha das ruas que receberão minibiografias não segue um roteiro definido. Emmanuel afirma que a metodologia, inicialmente, era fotografar as áreas próximas a sua residência e que estavam “ao seu alcance”. As pesquisas de Emmanuel ocorrem por meio de buscas em sites e também em acervos impressos, com visitas à bibliotecas e ao Instituto do Ceará.
Com o crescimento do projeto, o jornalista acolheu a proposta de receber fotografias enviadas por seguidores de ruas mais distantes e pesquisar sobre elas. Das 300 biografias presentes no livro, aproximadamente 15 surgiram a partir da indicação de pessoas que acompanham seu trabalho.
A personalidade cuja biografia mais chamou a atenção de Emmanuel dá nome a uma rua no bairro Meireles: Vicente Leite. O jornalista é natural do município de Iguatu e relata que, ao se mudar para Fortaleza, morou em uma casa localizada nessa via, mas inicialmente não teve interesse em conhecer quem foi Vicente Leite. Entretanto, a partir do projeto, descobriu informações sobre ele e se encantou com o histórico do pintor e desenhista cearense que frequentou a Escola Nacional de Belas Artes e teve Candido Portinari como colega de turma.
Leia também | Confira as estreias dos streamings para o fim de semana
O autor da iniciativa acredita que o “Ruas Biográficas” contribui para o “resgate” da memória de Fortaleza e para a valorização da história da Capital cearense. Ele comenta que o projeto o “instigou” a adquirir novos conhecimentos não só sobre a vida das personalidades que têm seus nomes marcados em vias urbanas, mas também sobre a própria cidade. Emmanuel crê que isso também pode acontecer com outras pessoas: “Você vê a riqueza daquelas histórias e desperta para valorizar e preservar mais”.
Ruas Biográficas
Quando: até 13 de março
Onde: pela plataforma Catarse
Quanto: apoios a partir de R$ 40
Mais informações: Instagram @ruasbiograficas