A cultura do futebol não se restringe às quatro linhas do campo. Inserida no pulsar de coração de milhões de apreciadores, ela se ramifica para obras de diferentes artes. Na música, por exemplo, o Skank já indagou “Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?”, e MC Guimê, em “País do Futebol”, mostrou como o esporte é forte no Brasil. O audiovisual também pode ressaltar essa cultura: com 72 produções, o Festival de Cinema de Futebol Cinefoot estreia hoje, 2, de forma virtual e gratuita.
Em sua 12ª edição, o festival tem em sua programação geral 50 filmes brasileiros e 22 internacionais - esses vindos de países como França, Espanha, Portugal e Rússia. É nela, por sinal, que se originou a obra que abre o Cinefoot hoje: em celebração aos 150 anos da posição de goleiro, o evento exibirá “Lev Yashin, O Goleiro dos Sonhos”, que mergulha na história do arqueiro considerado um dos melhores da história.
O Cinefoot é dividido em mostras competitivas (de curtas e longas-metragens) e informativas e reúne novidades nesta edição. Na mostra “The Player’s Tribune em Foco”, há uma curadoria de conteúdos originais da plataforma The Player’s Tribune para conectar os atletas com seus fãs. Além disso, o festival abriu espaço para a “Mostra Universitária em Foco”.
O evento também apresentará outras mostras, como a “Dente-De-Leite”, voltada ao público infantojuvenil, e a “Acessibilidade em Foco”. O Cinefoot também reserva aos seus espectadores homenagens, com os filmes “Zagallo & Telê 90 Anos”, “Pioneiras Do Futebol Feminino”, “Bahêa Minha Vida 10 Anos”, “Torcedores e Torcedoras” e “10 Anos Sem Eles: Pai Santana & Sócrates”. Atividades paralelas, como mesas-redondas e masterclass, também fazem parte da programação. O festival presta neste ano homenagem ao fotógrafo José Medeiros e ao cineasta Maurice Capovilla.
Antes realizado de forma presencial, o evento teve que ser adaptado aos moldes da internet devido à pandemia. Apesar de ratificar a importância “do presencial para festivais de cinema”, o diretor e idealizador do Cinefoot, Antônio Leal, enxerga que a virtualidade representa “uma outra possibilidade muito vigorosa”. “A principal oportunidade que é gerada é exatamente chegar onde nunca chegamos, quebrar barreiras e abrir fronteiras para que o festival chegue em todo o País”, afirma.
Assim, o que antes se restringia à São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte agora encontra seu lugar em 595 municípios brasileiros - como ocorreu na edição passada. Essa diversidade de localidades reflete também a preocupação dos realizadores do Cinefoot de construírem “uma programação bastante plural e tentando apresentar os múltiplos olhares do futebol”, compreendendo o esporte como “um fenômeno sociocultural”. “Nós não selecionamos apenas filmes sobre jogadores, clubes ou torcidas. Nós buscamos facetas mais conectadas com as realidades sociais do futebol. Assim, abordamos também questões raciais, de gênero e ligadas ao aspecto humano do futebol”, acrescenta Antônio.
Entre as obras escolhidas a partir de processo seletivo está a produção cearense “O Penta”, dirigida por Israel Branco. A produção fica disponível no festival no dia 3, às 19 horas. A trama conta a história dos cinco primeiros campeonatos estaduais conquistados pelo Ceará Sporting Club entre 1915 e 1919. O enredo é narrado a partir dos olhos de um torcedor comum.
Os filmes que participam das mostras competitivas ficarão disponíveis por 48 horas para visualização e para voto do público após a estreia. As obras vencedoras da 12ª edição do Cinefoot serão definidas a partir de voto popular. Os anúncios serão realizados na cerimônia de encerramento, que ocorrerá no dia 9, às 19h30min.
Cinefoot
Quando: hoje, 2, às 20 horas; festival até 9 de dezembro
Onde: plataforma INNSAEI.TV
Programação completa: cinefoot.org
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