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Autoras lançam coletânea sobre a pandemia neste domingo
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Autoras lançam coletânea sobre a pandemia neste domingo

Coletânea "Histórias de viver, sentir e escrever" reúne 14 textos de autoras femininas escritos entre 2020 e 2021
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Annalies Borges (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Annalies Borges

Mães, mulheres, servidoras públicas, esposas, filhas, múltiplas em funções e contextos. Em uma pandemia que abalou a rotina de todos, elas se viram ainda mais sobrecarregadas e encontraram na literatura uma catarse.

Fizeram uso da arte como maneira de contar sobre o período difícil que o mundo enfrentava, o qual a Ciência corria contra o tempo para compreender. O mesmo envolvia partidas e chegadas, muitas vezes de parentes próximos. Foi por meio da prosa e da poesia que elas conseguiram relatar seus pontos de vistas e experiência, que vão desde o isolamento à retomada das atividades presenciais. Neste domingo, 20, lançam a coletânea “Histórias de viver, sentir e escrever” durante a Bienal Internacional do Livro do Ceará.

Com organização da atriz e professora do Instituto Federal do Ceará, Annalies Borges, a coletânea é composta apenas por escritoras mulheres. Além da organizadora, conta com textos de Ana Uchôa, Cristiane Borges, Efigênia Alves, Emily Alves, Érica Fernandes, Isabel Melo, Joélia Marques, Joyce Carneiro, Nádya Gurgel, Patrícia Lana, Ritacy Azevedo e Valéria Lourenço.

“Penso que a experiência pode ter sido diferente para cada uma de nós. Por exemplo, para mim, foi uma catarse do momento, um deixar a energia e as sensações escorrerem da mente aos dedos que digitavam ávidos cada palavra e expressão, que se tornavam símbolos e representações escritas da realidade vivenciada”, diz a organizadora, sobre a experiência de escrever na pandemia.

Em comum, todas são servidoras do IFCE e encontraram na escrita um caminho para atravessar tempos turbulentos, como conta a professora Djany Carvalho. “A pandemia nos cerceou da vida social presencial, e os diálogos e a convivência de modo virtual não tinham o mesmo sabor. Foram meses, e porque não dizer anos, de muitas incertezas e angústias pelo distanciamento, pelas perdas, pelo medo da doença, ao passo de também ser um período repleto de muita expectativa positiva, pois um sonho estava se concretizando”, relata Djany, que estava grávida no período.

“Em meio a tantos sentimentos, escrever foi uma forma de aliviar a alma, e homenagear meu filho e minha avó”, relembra ela.
Uma das escritoras da coletânea, Isabel Melo lista alguns desafios enfrentados por elas no período, como o home office, acumulação de tarefas e tentar manter o equilíbrio e a saúde mental.

“O próprio sobreviver em meio a uma pandemia, mantendo nossos afazeres, alguns impostos por uma sociedade ainda machista, reinventando muitas de nossas atividades profissionais”, define. “É uma alegria poder estar em meio aos grandes escritores que marcam a literatura do nosso século, deixando um pouco do muito que fomos, somos e seremos nesse universo”, entusiasma Isabel.

“Histórias de viver, sentir e escrever” agrupa 14 textos em prosa e em verso. Entre os temas estão a quebra de rotina provocada pela Covid-19, emoções, angústias e memórias do período. Para Nádya Gurgel, a obra é fruto da rede de apoio e solidariedade entre as servidoras e ao mesmo tempo uma forma de enfrentar os momentos de distanciamento.

“Creio que a ideia era essa: mulheres, servidoras públicas, mães, esposas, filhas, que, diante de tantas transformações e obstáculos surgidos na pandemia, tem na literatura um desabafo, mas também uma união de mãos e mentes que se acolhem e resistem”, explica Nádya. Unindo mulheres que já tinham mais experiência com escrita literária e outras não, ela avalia como uma grande oportunidade lançar a produção durante a Bienal Internacional do Livro do Ceará, enquanto Djany Carvalho entende o lançamento como um importante passo para a representatividade feminina.

"A realização de um sonho, concretizada de uma forma surpreendente, diante da magnitude do evento e da relevância dessa escrita junto a outras mulheres, representando a literatura feminina, cearense e ifceana", encerra.

Programação deste sábado, 19

9 horas – Produção coletiva de histórias ilustradas com o artista Edivaldo Batista (Contador de Histórias) e Eduardo Azevedo (Ilustrador)
Onde: Pavilhão Térreo Leste (Salão Icapuí)

9h às 17 horas – Free-to-play Covil Lúdico: Disponibilidade de jogos de tabuleiro com monitores e mesas como narradores de RPG para todo o público.
Convidados: Associação Lúdica e Cultural Covil Lúdico
Onde: Arena Principal – A herança que seremos (Salão Icapuí)

10 horas – espetáculo "O barquinho e o seu pescador", de Evan Teixeira
Onde: Arena Bece (Salão Icapuí)

11 horas – Clube de Leitura "Meu Tempo é Hoje"; Roda intergeracional de leituras afetivas "Como meus avós liam o mundo?"
Onde: Arena Bece (Salão Icapuí)

15 horas – lançamentos dos livros: "Versos rasgados", de Aline Leitão (Mulherio das Letras); "Espedito Seleiro: um menino, um mestre", de Flávia Nonato (CeNE); e "Machado de Assis: latência sensual consciente", de Linhares Filho (Academia Cearense e Letras)
Onde: Espaço Natércia Campos (Salão Aracati)

15 horas – Lançamento da HQ “Além das Frentes”, de Alemberg Quindins; Lançamento do livro "Mendez", de Levi Jucá
Onde: Pavilhão Térreo Leste (Salão Icapuí)

16 horas – lançamento da segunda edição do livro "Publicação, Comida & Memória"
Onde: Arena Bece (Salão Icapuí)

17h às 18 horas – Como iniciar o desenvolvimento de Jogos
Onde: Arena Principal – A herança que seremos (Salão Icapuí)

19h às 21 horas – Roda de conversa "Literatura em forma de música, Resistência nas periferias”
- Show com Mateus Fazeno Rock e Mumutante
Onde: Arena Principal – A herança que seremos (Salão Icapuí)

19 horas – "Arte de Nice Firmeza", com mediação de Luiza Helena Amorim e participação dos artistas Anastácia Brito e Flávio Paiva
Onde: Arena Bece (Salão Icapuí)

Lançamento de "Histórias de viver, sentir e escrever"

Quando: domingo, 20, às 10 horas
Quanto: R$ 20
Onde: Salão Icapuí – Estande 151 Casa Juvenal Galeano
Centro de Eventos do Ceará (Av. Washington Soares, 999)

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