A Black Friday deste ano só ocorrerá oficialmente no dia 27 de novembro, mas, em muitas lojas de Fortaleza, a temporada de promoções já começou e deverá se estender até o fim deste mês. Com restrições em relação às aglomerações, a estratégia de grande parte das empresas para a megaliquidação do varejo brasileiro é fortalecer as vendas pelas plataformas digitais. Para isso, além dos tradicionais descontos, outras vantagens como frete grátis, entrega rápida, cashback (quando a loja converte parte do valor em pontos para compras futuras) e compra online e retirada na loja estão sendo reforçadas.

A política de vendas na Black Friday varia de acordo com a empresa. Na gigante do varejo Magazine Luiza, por exemplo, até o fim deste mês, todos os dias são anunciados produtos com descontos de até 80%, porém, a duração da promoção é de apenas 24 horas. A empresa também informou que os itens da campanha "Agora ou Nunca" não devem se repetir no dia 27, dia oficial da megaliquidação. Todas as compras, no entanto, valem para o programa de cashback da empresa.

Já na rede cearense Ibyte, a cada semana, está sendo anunciado um leque de produtos em ofertas que valerão até o fim do mês. Por exemplo, na semana passada, foram disponibilizados 18 itens em oferta, com descontos que chegam a R$ 1,4 mil. É o caso de uma smart TV de 70 polegadas que está saindo por R$ 4,5 mil. A infraestrutura de logística também foi ajustada para que as entregas em Fortaleza, a depender do produto, sejam feitas em até duas horas após a confirmação do pagamento.

Nos shoppings RioMar Fortaleza e o Kennedy, desde o dia 1º, está sendo realizada a campanha "RioMar Tá On" em mais de 100 lojas. A ação oferece descontos exclusivos, com frete grátis, para quem fizer compras por meio da plataforma RioMar Online.

Além disso, o cliente tem a possibilidade de realizar compras em lojas diferentes e receber tudo em um único pedido. Entre os dias 27 a 29, os shoppings oferecerão descontos específicos para quem comprar nas lojas físicas.

Ou seja, como os preços no varejo estão oscilando mais neste mês, o consumidor terá que ter atenção redobrada para definir o melhor momento para compra e aproveitar a oportunidade. Também não basta apenas comparar valores nas lojas físicas e virtuais, hábito muito comum em anos anteriores, porque nem toda promoção que é válida em um canal se aplica a outro.

Para o economista Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro, é fundamental entender o combo como um todo para que a economia seja realmente proveitosa. Ele explica que, às vezes, o preço no e-commerce é muito baixo, mas o frete não vale a pena. Ou o tempo gasto numa fila, bem como os riscos inerentes de estar em ambientes com muitas pessoas, além do combustível gasto para retirar o produto em loja não é maior do que o benefício de comprar a distância.

"Tudo isso tem que ser avaliado por quem busca realmente economia. Na hora de comparar, é preciso olhar o preço como um todo, e não só o produto em si", observa.

O ideal, reforça, seria que o consumidor já estivesse monitorando os custos há algum tempo e pesquisando o produto em diferentes locais de compra. "Infelizmente, ainda é uma prática comum de alguns lojistas aumentar o preço algumas semanas antes da Black Friday para depois reduzir. Então, é preciso cuidado", orienta.

Na avaliação do educador financeiro Reinaldo Domingos, neste ano, é provável que, mesmo com os descontos, a diferença de preços em relação a edições anteriores da Black Friday não seja tão significativa, em razão do aumento dos custos de produção da indústria diante da escassez de matéria-prima. "Tudo está mais caro", diz.

Algo que, para ele, exige que o consumidor seja mais criterioso nos gastos. "O momento é de muita incerteza na economia, o desemprego é grande. Então, mais do que nunca, é importante que as pessoas tenham uma reserva financeira de emergência e fujam das compras por impulso e comprem apenas o que realmente precisam. Não é hora de comprar só porque está barato", reforça.

Na hora de fazer as contas, ele orienta que, se o produto não for adquirido à vista, é preciso analisar se o orçamento comporta as parcelas e os possíveis juros decorrentes daquela compra.