Você já olhou para o lado e pensou: por que eu preciso ser normal?
Normal do tipo seguir uma carreira adequada, vestir as roupas adequadas, agir da maneira adequada...
Basicamente, seguir a cartilha da sociedade sem questionar, mesmo que isso te faça infeliz.
Bom, quem aposta nesse esquema fielmente apesar dos pesares pode estar sofrendo de normose.
Pelo menos é o que defendem os autores do livro "Normose: A patologia da normalidade".
A normose é uma "patologia", em conceito, que afeta sociedades que passaram por uma mudança de paradigmas.
Com o capitalismo como um estilo de vida, a sociedade atual definiu quais são os comportamentos…
… e os trajetos considerados normais. E ai de quem sair desse rumo: é tratado como um alienígena.
Alguém sem senso, quem sabe até doente! Mas e se a doença de fato for o desejo intenso de seguir a cartilha?
Por exemplo: o discurso workaholic, que carrega quase um mérito pelo trabalho esgotante.
Afinal, a sociedade normaliza o "trabalhar enquanto dormem" e "viver pela empresa". Como se fosse bom!
Mas, segundo os autores, esse pode ser mais um indicativo de normose: comemorar o cansaço porque é "normal".
A normose também é empecilho para as pessoas descobrirem a sua própria identidade ou forma de expressão.
"O normótico padece de falta de empenho em fazer florescer seus dons…
e enterra seus talentos com medo da própria grandeza, fugindo da sua missão individual e intransferível."
Não fui eu quem disse, mas Roberto Crema, co-autor do livro.
Bateu o interesse? Então aqui vai uma dica: o k-drama Tudo bem não ser normal, na Netflix!
Catalina Leite
Fátima Sudário
Artigo “Normose”, no blog CVV
Tenor