Todos os cientistas têm um momento de "eureka!" em seus trabalhos, mas poucos ganham o destaque de um Nobel.
Em 2021, o prêmio Nobel de Medicina homenageou os biólogos moleculares David Julius e Ardem Patapoutian.
As pesquisas de ambos estavam relacionadas ao tato e às sensações.
Para Julius, a dúvida era como certos produtos químicos causam a sensação de calor.
Para Patapoutian, o objetivo era descobrir os mistérios do tato.
Os estudos agora são usados no desenvolvimento de tratamentos para a dor. Mas qual foi a "eureka!" deles?
Bom, para Julius, a iluminação veio no supermercado, bem no corredor de molhos de pimenta.
Pesquisas já tinham mostrado que a capsaicina (que causa a ardência da pimenta) é um ativador dos neurônios envolvidos na dor.
Assim, em 1997 ele descobriu a proteína na ponta dos nervos sensoriais, causadora da sensação de queimação da malagueta.
Com isso, vários remédios estão sendo desenvolvidos para amenizar a dor crônica. Mas ainda há muitos efeitos colaterais.
Já Patapoutian encontrou o gene que converte pressão em sinais elétricos, com testes em células cultivadas em laboratório.
Como tudo na ciência, foi um exercício de paciência. Ele demorou um ano e 71 resultados negativos até achar o gene!
Chamado de Piezo2, o gene é o que dá a sensação de toque e a capacidade de sentir a posição e o movimento do nosso corpo.
As pesquisas de 1997 e 2000 deram a guinada para se desenvolver tratamentos para várias doenças.
Aposto que você não pensava nisso quando comia algo muito apimentado ou recebia um bom abraço, né?
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Catalina Leite / Fátima Sudário
Matéria “Pimentas e abraços: as inspirações dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina”, AFP | Nobel Media
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