Luz por trás do buraco negro

A astronomia vive a era dos buracos negros! Em 2020, o Nobel de Física foi para duas pesquisas sobre buracos negros.

E no dia 28/7 foi publicada na Nature uma pesquisa que detectou, pela 1ª vez, luz por trás de um buraco negro.

Liderada pelo astrofísico Dan Wilkins (Universidade de Stanford), o estudo confirma uma proposta da Teoria da Relatividade Geral.

Isso, a teoria publicada pelo físico Albert Einstein em 1915! A que afirmou que o espaço e tempo são maleáveis e flexíveis…

Mas, para entender a descoberta, é preciso compreender também o que são os buracos negros.

Basicamente, buracos negros são corpos MUITO massivos, com um campo gravitacional fenomenal.

Por isso, ele é capaz de distorcer o espaço-tempo; como se fosse uma bola de gude numa toalha esticada.

Einsten previa que corpos supermassivos distorcem tanto o espaço-tempo que chegam a mudar a trajetória de outros objetos.

E foi exatamente isso que o buraco negro visto pela equipe fez!

O que são buracos negros e por que a ciência é tão interessada neles?

"Aquele buraco negro está distorcendo o espaço, dobrando a luz e torcendo os campos magnéticos em torno de si mesmo."

Essa é a explicação de Dan Wilkins, o astrofísico que liderou a pesquisa, em nota.

Mais tecnicamente, os pesquisadores viram um reflexo das emissões de raios-X que contornaram o buraco negro.

Há 50 anos, não tinham ideia de que veríamos a teoria de Einstein em ação
Roger Blandford co-autor do artigo e professor em Stanford

O divertido é que a equipe de Wilkins sequer estava procurando luz por trás do buraco negro.

Na verdade, eles tentavam aprender + sobre a "corona": uma coroa de luz que se forma ao redor dos buracos negros.

Entender a corona pode ajudar a mapear e caracterizar um buraco negro - que é invisível, por sugar até a luz!

Aos adoradores de Ciência, fica a expectativa! Enquanto isso… Que tal ler sobre turismo espacial?

Catalina Leite / Fátima Sudário

Roberta Duarte, astrofísica da USP | Nota publicada pela Universidade de Stanford sobre a pesquisa

Dan Wilkins, Fredrik SANDBERG / AFP, European Southern Observatory / AFP, ESA, Bengt Nyman/Wikicommons