Todos sabemos a história: em 1500, os portugueses descobriram o Brasil. Ou seria invadiram?
Por séculos, os latino americanos ouviram as histórias de seus países sendo contadas pela visão dos europeus.
Além disso, cresceram com a concepção de que os conhecimentos, práticas e estilos de vida europeus são superiores.
Logo, todas as relações de trabalho, culturais e de produção de conhecimento não-europeu são inferiores. Certo?
Errado. Isso é o que a lógica colonialista faz os países latino americanos, africanos e asiáticos acreditarem. Ou ao menos tenta.
Desde 1990, estudiosos usam a decolonialidade para superar as amarras eurocêntricas.
Os principais representantes são o sociólogo peruano Aníbal Quijano e o semiólogo argentino Walter Mignolo.
Quijano falou sobre "colonialidade do poder": forma de dominação baseada no capitalismo e eurocentrismo.
Ela é evidente na dependência econômica a países europeus e até no conceito de nação e seus grupos étnicos.
Quijano: "A construção do Estado-nação foi conceitualizada contra a maioria da população - índios, negros e mestiços"
Mas o que significa produzir um conhecimento decolonial?
Simplificando, significa tirar os países colonizadores da posição de "ponto de referência".
Assim, a análise das sabedorias latinas partem da própria América Latina: considerando suas singularidades.
O conceito, claro, vai bem mais fundo. Investiga relações de classe, de gênero, estudos étnicos e também regionais.
Quem define quais perguntas merecem ser feitas? Quem está explicando? Grada Kilomba, escritora, psicóloga, teórica e artista portuguesa
Quem define quais perguntas merecem ser feitas? Quem está explicando?
Nomes científicos: divulgação da ciência e decolonialismo por trás do itálico
Catalina Leite / Fátima Sudário
Sobre saberes decoloniais, de Francielly Baliana | Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina, de Aníbal Quijano
Museu Histórico Nacional RJ, Joaquín Torres-García, Sérgio Lima e Pedro Ugarte/AFP, Guabiras, Cancillería Ecuador.