O tempo é relativo. Essa afirmação é bem verdadeira para a Física - e para a Neurologia!
Por exemplo, sabe quando chega o final do dia e seus amigos dizem: "Nossa! Finalmente acabou."
E você fica até confuso. "Como assim? O dia voou, mal terminei o que tinha planejado!"
Pois é. Esse é o tipo de percepção de tempo que vamos falar aqui.
Mais especificamente: como o tempo foi percebido durante a pandemia e o lockdown.
Pesquisadores da Universidade Federal do ABC e do Hosp. Israelita Albert Einstein fizeram um experimento:
Enviaram a 3.855 pessoas um questionário 60 dias após o início do distanciamento social no Brasil.
Depois, enviaram questionários semanais por 15 semanas durante o distanciamento social.
Eles faziam várias perguntas sobre percepção do tempo, relacionadas com emoções.
Tipo: sentir-se entediado ou solitário. Ou então sentir que não teve tempo de cumprir todas as tarefas.
Os resultados destacaram o quão importantes as emoções são para determinar como percebemos o tempo.
Os pesquisadores identificaram que, no começo da pandemia, o tempo parecia estar dilatado, mais lento.
Isso porque o que antes era vivido em mobilidade ou interações sociais virou uma lacuna na vida pessoal.
As pessoas começaram a se sentir mais entediadas, sozinhas… Mas isso foi decaindo aos poucos.
Por outro lado, quando as sensações são de estresse e incompletude de tarefas, o tempo "diminui".
A próxima questão a ser estudada é: como vai ser a percepção de tempo depois da pandemia?
As pessoas conseguirão localizar temporalmente momentos importantes? Criar uma linha do tempo de eventos?
Não sabemos... Mas que tal descobrir como o coronavírus afetou nosso sono?
Catalina Leite
Fátima Sudário
Tenor
Pesquisa: Time experience during social distancing: A longitudinal study during the first months of COVID-19 pandemic in Brazil
“Pesquisa mostra como a pandemia de covid alterou nossa percepção do tempo” - BBC