Você sabe o que é pobreza menstrual?
É quando as pessoas que menstruam não têm acesso aos produtos e itens de higiene menstrual básicos.
Isso vai desde não ter água para a higiene pessoal até não ter absorventes adequados para o fluxo menstrual.
A pobreza menstrual é realidade em vários países, especialmente naqueles com ampla desigualdade social.
Além do aspecto da saúde, a pobreza menstrual afeta diretamente a vida de meninas e mulheres.
No Brasil, 33% das alunas com mais de 16 anos já faltaram à aula por não terem $ para comprar absorventes.
Isso representa 2,9 milhões das estudantes de ensino fundamental, médio e superior do País.
Entre elas, 2,4 milhões já faltaram + de 1 vez (27%). São +/- 14 milhões de faltas por pobreza menstrual.
Os dados são da nova pesquisa As brasileiras e a pobreza menstrual, do Instituto Locomotiva com a Always.
O levantamento ainda não pode ser acessado por todos, mas deve ser publicado em breve no link abaixo:
A pesquisa identificou que 52% das brasileiras já enfrentaram a pobreza menstrual.
A maioria negras, pobres, desempregadas ou sem carteira assinada e com fluxo intenso, no Centro Oeste, Nordeste e Norte.
Entre as trabalhadoras, 5,5 milhões (19%) já faltaram ao trabalho por não ter dinheiro para absorventes.
E o prejuízo por causa dessas faltas é chocante: equivalem a R$ 2.4 bilhões perdidos anualmente.
Isso evidencia como a pobreza menstrual é um problema social e, consequentemente, econômico.
Outro aspecto a se refletir é sobre a dignidade humana.
77% das brasileiras já tiveram que improvisar com papel higiênico ou toalhas porque estavam sem absorvente.
Para as mulheres ricas, é esquecimento. Mas para as + pobres, o problema é a falta de dinheiro para comprar o produto.
Em 2021, o termo ganhou destaque após o presidente Jair Bolsonaro vetar a distribuição gratuita de absorventes.
Catalina Leite
Fátima Sudário
As brasileiras e a pobreza menstrual - Inst. Locomotiva e Always
Tenor e Giphy