Calma! Não é alarmista nem pessimista: é a realidade. O Brasil tem alto risco de enfrentar novas pandemias.
E não pandemias estrangeiras, mas que podem surgir bem aqui no Brasil, por meio das zoonoses.
Especialmente nos estados do Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Maranhão e Mato Grosso.
Por que esses sete estados especificamente? Bom… Por causa da Amazônia. E do desmatamento nela.
Essa é uma das conclusões de uma pesquisa liderada pela Fiocruz, em parceria com a Uece e a UFPB.
Nela, os pesquisadores identificaram fatores de risco para o surgimento de novas epidemias no Brasil.
Ao relacionar esses fatores entre si, os pesquisadores concluíram o seguinte:
Epidemias zoonóticas associam-se à perda da vegetação, à riqueza de mamíferos e às áreas remotas rurais.
Vamos entender cada um. A perda da vegetação causa perda de habitat para a diversidade de mamíferos.
Quando eles perdem o habitat, precisam procurar alimento em áreas cada vez mais ocupadas pelo ser humano.
E nem estamos falando de cidades grandes, mas roçados, cidades pequenas.
É aí que entra o quesito "área remota". Se uma pessoa adoece na área rural, o acesso à equipamentos…
… de saúde de média e alta complexidade tendem a estar nas grandes cidades. Isso implica locomoção.
E com a Covid-19 aprendemos que esta locomoção significa, em alguns tipos de doenças, transmissão.
Agora vale pensar: qual é um dos biomas mais desmatados no Brasil? A Amazônia.
Isso não significa que os outros estados estejam "seguros". Todo o Sudeste está em risco médio de epidemias.
Assim como Piauí, Pernambuco, Bahia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Santa Catarina e o Pará.
Assim, a pesquisa levanta dois alertas: primeiro, já chega de desmatamento (e caça ilegal também!).
Segundo: o Estado precisa se organizar para detectar áreas vulneráveis e ter resposta rápida quando houver casos.
Catalina Leite
Fátima Sudário
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Pesquisa “Socioecological vulnerability and the risk of zoonotic disease emergence in Brazil” - Science Advances