Ao que algumas pesquisas científicas indicam, receber alta da Covid-19 não é o fim: ainda é preciso enfrentar as sequelas da doença. Completando um ano de pandemia no Brasil, já é possível analisar a longevidade e intensidade dos efeitos da doença no corpo humano. No entanto, os pesquisadores seguem investigando se os sintomas são causados pelo vírus em si ou pela resposta imunológica do corpo.
Além disso, resultados preliminares da Coalização Covid-19 Brasil identificaram que um a cada quatro pacientes (25%) que foram intubados e receberam alta acaba morrendo pelas sequelas da doença. A taxa é de 2% para pacientes que não precisaram de ventilação mecânica durante tratamento.
O Sars-Cov-2 consegue causar sequelas tão diferentes pela maneira que invade as células. Ele se conecta a uma proteína presente nas células humanas, chamada ACE2, e abundante em vários órgãos. Veja:
Por enquanto, há mais perguntas sobre as sequelas que respostas. Quais fatores genéticos, físicos ou de comorbidades favorecem um sintoma a outro? Até que ponto a gravidade da doença está relacionada com a força e longevidade da sequela?
Patrícia Garcez, neurocientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Laura de Freitas, pós-doutoranda no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP)
Edição Fátima Sudário e Regina Ribeiro | Texto Catalina Leite | Ilustrações e Infográficos Catalina Leite | Edição de arte Cristiane Frota
Série de inforreportagens do O POVO explica a ciência por trás da Covid-19