Rossman Cavalcante escreve para coluna Wellness, do caderno Ciência & Saúde.
Lar, doce academia
Logo no início do período de distanciamento social, escrevi um texto para este mesmo jornal, ressaltando a importância da prática regular e sistemática do exercício físico para o sistema imunológico. Pouco mais de dois meses depois e ainda em plena vigência da quarentena, preciso esclarecer alguns pontos que têm me preocupado em relação aos treinos no ambiente domiciliar que provavelmente ainda farão parte da nossa rotina por algum tempo.
Minha preocupação é justificável, primeiro porque a quarentena reduziu o tempo de atividade física espontânea. Não, não estou falando de exercícios físicos, eu estou falando de movimentos que geram algum gasto energético e que realizamos para cumprir nossas atividades da vida diária: deslocamentos variados, subir e descer degraus, sentar e levantar, carregar objetos, abrir utensílios, enfim estamos nos mexendo menos enquanto estamos acordados. Algumas pessoas alegarão que estão mais envolvidas em tarefas domésticas e eu acredito nelas, mas essa não é a realidade da maioria de nós. Na verdade, o confinamento estimula o tempo de comportamento sedentário, principalmente o tempo de exposição à tela: celulares, tablets, notebooks, pcs e tvs (quero ver alguém discordar disso).
Mesmo para quem está conseguindo manter uma rotina de treinos, é provável que o volume e a intensidade estejam reduzidos, seja pela falta de motivação para treinar duro ou pelas limitações de espaço, equipamentos e acessórios. Resumindo, a realidade sugere que o principal objetivo nesse período em relação à prática de exercícios é controle de danos. O importante é minimizar as perdas e garantir que ao fim das regras mais rígidas de isolamento social, os níveis de aptidão física possam retornar mais rapidamente ao padrão anterior.
Apesar de tantos impactos negativos causados pela pandemia da Covid-19, que tal você que é sedentário e agora, que tem mais tempo disponível para investir na sua saúde e aptidão física, incluir um programa de exercícios na rotina diária? O cuidado aqui reside em COMO iniciar e eu não consigo imaginar outra possibilidade que não seja com AJUDA PROFISSIONAL. Já existem opções disponíveis online de orientação profissional qualificada, cabe ao futuro praticante ter um pouco de paciência em sua busca e não se deixar levar apenas pelo “shape” dos professores ou pelo número de curtidas e visualizações no Instagram. Lembre-se: Há riscos envolvidos e um programa customizado de exercícios é quase uma garantia para que a prática seja sustentável.
E quando acabar tudo isso, já pensou em uma roda de amigos, cada um contando o que fez ou deixou de fazer e você, todo confiante, solta essa:
- “E eu que comecei a treinar no meio da pandemia...”