Cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Autor de vários livros que abordam o comportamento do eleitor. Membro do Grupo de Pesquisa Comunicación Política e Comportamento Electoral en América Latina. Atualmente desenvolve pesquisas qualitativas e quantitativas de Opinião Pública
O Datafolha revelou que 78% dos evangélicos consideram importante que um candidato acredite em Deus. Todavia, indago: Um governador ateu teria o voto do evangélico caso melhorasse os indicadores da segurança pública?
Foto: Alan Santos
Bolsonaro vai a evento com pastores parta buscar apoio de evangélicos
Pesquisa do Datafolha revelou as opiniões dos evangélicos paulistanos. Elas nos permitem criar hipóteses e interpretar as visões de mundo deles. A maioria dos evangélicos, 55%, considera o papel da religião como muito importante para buscar um parceiro ou manter um relacionamento amoroso. 58% consideram a religião muito importante para fazer novas amizades ou manter amizades antigas. Esses dados mostram a força da religião evangélica como instrumento de coesão social: "Se você é da minha religião, vale a pena me relacionar com você", por exemplo.
As opiniões acima sugerem que eleitores evangélicos tendem a votar em candidatos evangélicos, principalmente, para eleições legislativas. Tal raciocínio já foi explicado por literatura acadêmica. Por outro lado, a pesquisa Datafolha revela que 56% dos evangélicos consideram que seria mais adequado que líderes religiosos não apoiassem candidatos nas eleições. E mais: 81% afirmam que nunca votou em candidatos indicados pelos pastores ou líderes da igreja. 19% responderam que já votaram.
Portanto, os evangélicos não têm as suas escolhas eleitorais guiadas, exclusivamente, pela fé. Mas também por outros incentivos. A avaliação da gestão do prefeito, governador e presidente da República importa. O estado da economia e valores morais também. Nesse último aspecto, se um político, não evangélico, não se envolver em temas morais, como a defesa do aborto, e ser um bom presidente da República, o evangélico poderá votar nele.
Qual político mais representa os evangélicos no Brasil? 43% responderam que não sabe. 26% frisaram que nenhum. E 30% citaram algum nome. No universo de 30%, Jair Bolsonaro recebeu 10% de menções, seguido pelos parlamentares Nicolas Ferreiras, 4%. E Marcos Feliciano, 3%. Lula e Silas Malafaia foram citados por 1%. Conclusão: A maioria dos paulistanos, mas podemos criar uma hipótese generalizante, não tem um líder político evangélico que seja seu representante. Desse modo, eles podem votar num candidato, cargos majoritário ou proporcional, independente da opção religiosa.
O Datafolha revelou que 78% dos evangélicos consideram importante que um candidato acredite em Deus. Ou seja: Um ateu pode não ter o voto do eleitor evangélico. Todavia, indago: Um governador ateu teria o voto do evangélico caso ele melhorasse os indicadores da segurança pública? Por fim: Para 60% dos evangélicos, o apoio de Lula não importa para votar em um candidato. E 54% afirmam a mesma coisa quanto ao apoio de Jair Bolsonaro. A pesquisa aqui apresentada sugere que a fé importa, mas outros aspectos da vida cotidiana são relevantes na escolha eleitoral dos evangélicos.
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