Cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Autor de vários livros que abordam o comportamento do eleitor. Membro do Grupo de Pesquisa Comunicación Política e Comportamento Electoral en América Latina. Atualmente desenvolve pesquisas qualitativas e quantitativas de Opinião Pública
Eleitor não é porcentagem. É percepção. Coração. Infelizmente, valoramos por demasia os números na análise eleitoral e esquecemos da percepção que o votante tem para alguma coisa, seja evento ou pessoa
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidente Lula lidera em cenários de pesquisa para as próximas eleições presidenciais
Em meu último livro, “Do bolsonarismo ao retorno do lulismo: Bolsonaro voltará ao poder?” (CRV, 2023), afirmo que duas variáveis condicionais poderão possibilitar o retorno de Jair Bolsonaro à presidência da República: 1) A argentinização da economia brasileira; 2) Grande escândalo de corrupção no governo Lula.
Apesar da redução da inflação na Argentina, o temor da argentinização segue a existir no Brasil, ou seja, disparada inflacionária. Todavia, tal cenário é remoto. A inflação de alimentos interfere negativamente na popularidade do governo Lula. Todavia, o Brasil não será uma Argentina até 2026. Deste modo, a eleição presidencial vindoura poderá ser disputada com inflação alta, mas não descontrolada, ou melhor, argentinizada.
O PT e os governos Lula conviveram com o Mensalão (1995/1996) e a Operação Lava Jato (2014 a 2018). Todas eles contribuíram para a corrupção ser associada ao PT e ao lulismo. Quando pedirmos aos eleitores para definirmos em uma só palavra o governo Lula, “corrupção” e “ajuda aos poderes” aparecem frequentemente – Pesquisas qualitativas da Cenário Inteligência.
As ações dos governos Lula mais os escândalos mencionados contribuíram para o PT e o lulismo terem tais marcas. A marca “ajuda aos pobres” possibilitam que o PT e o lulismo adquiram ou mantenha popularidade. O termo “corrupção” permite queda da popularidade e rejeição. Lembro que “alta da inflação de alimentos” tem aparecido sempre nas pesquisas qualitativas.
O governo Lula vive momento perfeito para a derrota eleitoral. De um lado, o reconhecimento por parcela dos eleitores de que a inflação está alta e o Lula “não está vendo isto”. De outro, a associação do PT e do lulismo à corrupção mais o escândalo do INSS. Três variáveis que têm força para derrubar a popularidade do governo Lula ou impedir a sua recuperação.
Eleitor não é porcentagem. É percepção. Coração. Infelizmente, valoramos por demasia os números na análise eleitoral e esquecemos da percepção que o votante tem para alguma coisa, seja evento ou pessoa. Se as futuras pesquisas qualitativas detectarem que os eleitores, majoritariamente, percebem/entendem que o governo Lula “roubo dinheiro dos aposentados”, a história da eleição de 2026, a qual poderia ter o Lula como favorito diante de um candidato bolsonarizado, pode ser outra. O alerta que fiz em minha última obra deixou de ser previsão para ser possível realidade.
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