
Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
Quase metade da temporada do futebol brasileiro — cerca de cinco dos 12 meses, não de forma ininterrupta — é ocupada por janelas de transferências dos jogadores, seja internacional ou nacional. Jogos, tabelas de campeonatos e posições nas classificações dividem o foco dos torcedores com especulações de quem chega e quem sai nos clubes, avaliações de cifras das negociações e escalações hipotéticas.
Entre sondagens, consultas, monitoramentos, tratativas e outros tantos termos usados nessas épocas, há um grupo de profissionais que fica em evidência, além dos próprios jogadores e dos dirigentes: os empresários. Eles dão entrevistas, têm papel ativo na circulação das informações e são os responsáveis por definir o destino dos atletas. São figuras, porém, pouco apreciadas pelo público em geral.
Os agentes, naturalmente, têm a missão de fazer o melhor negócio possível para o cliente. Os dirigentes, do outro lado, puxam a corda para as melhores condições para o clube. É um cabo de guerra, como em toda negociação. A diferença é que, no caso do futebol de alto nível, envolve cifras milionárias, que saem do caixa dos times para os cofres de atletas e empresários. E é por este motivo que os representantes dos jogadores, muitas vezes, são vilanizados.
"O agente tem que cuidar da carreira desportiva, linkar as outras partes que hoje existem: mídia, imprensa e financeira", explica André Cury, um dos principais nomes do mercado da bola nacional e também com grandes negócios internacionais — participou, por exemplo, das transferências de Ronaldinho Gaúcho e Neymar para o Barcelona e hoje agencia Estêvão e Yuri Alberto, entre tantos outros. No futebol cearense, representa Marcos Victor, Zé Welison, Kuscevic e Dylan Borrero.
O torcedor médio já tem o hábito de suspeitar de tudo e todos, e crê que os empresários só visam o dinheiro e decidem o futuro dos craques movidos pelas comissões. Afinal, como funcionam as transferências no futebol? Os agentes fazem "leilão", forçam saída dos clientes dos clubes, extrapolam nas pedidas financeiras?
"Obviamente tem que prospectar, buscar a oportunidade certa na hora certa", conta Cury. "É um monte de problema: um clube não quer vender, o outro não paga salário, e as oportunidades vão saindo", desabafa.
Na janela mais recente, as negociações de maiores valores no futebol cearense foram de Hércules (R$ 29 milhões), que deixou o Fortaleza para defender o Fluminense, e Erick Pulga (R$ 18 milhões), que trocou o Ceará pelo Bahia. De acordo com as previsões orçamentárias, o Vovô estima gastar R$ 5,2 milhões em luvas e comissões, enquanto o Tricolor deve chegar a R$ 14,4 milhões. Na CBF estão registrados 1.911 intermediários para negociações, entre empresas e pessoa física.
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