Do rádio ao digital: como Alan Neto se reinventou no jornalismo esportivo
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Locutor esportivo da Rádio O POVO CBN. Radialista formado e acadêmico em jornalismo pela Universidade Estácio, já trabalhou em diversas rádios de Fortaleza, atuando como narrador e em outras funções, incluindo a parte técnica. Esta coluna trata sobre mídia esportiva e analisa os avanços das transmissões esportivas em todas as plataformas
Do rádio ao digital: como Alan Neto se reinventou no jornalismo esportivo
Versatilidade e originalidade. Estas palavras definem Alan Neto, ou melhor, o Trem Bala
Foto: Samuel Setubal
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 18-09-2023: Estreia do novo Trem Bala do O Povo com Alan Neto, Jota Lacerda, Sérgio Ponte e Liuê Góis.. (Foto: Samuel Setubal)
Há um ano, Alan Neto embarcava no que ele próprio chamava de "Trem da Eternidade". Sua partida deixou uma lacuna imensurável na comunicação esportiva, impactando jornalistas, leitores, ouvintes e espectadores. Mais do que um profissional brilhante, Alan foi uma verdadeira escola, dominando, com maestria, o rádio, a TV, a coluna impressa e, mais recentemente, o ambiente digital, sempre com sua marca registrada: originalidade.
Sua voz potente fazia a cidade parar para ouvi-lo no rádio. Além da entonação marcante, tinha agilidade, timing perfeito e sensibilidade para conduzir entrevistas, interrompendo ou aprofundando diálogos no momento certo. Comandou sua equipe como um maestro, sempre garantindo dinamismo e envolvimento do público.
Minha geração conheceu Alan na TV, mas, apaixonado por rádio, acompanhava diariamente o Trem Bala na antiga AM 1010, por volta de 2010/2011. O programa radiofônico era um espetáculo: uma mistura de informação, opinião e ritmo intenso, onde até os intervalos comerciais eram estrategicamente inseridos. Em uma hora de transmissão, o tempo simplesmente voava.
O sucesso do Trem Bala começou ainda no rádio, com o "Superlativo Programa do Alan", onde já demonstrava a técnica apurada que se tornaria sua marca. Alan valorizava o futebol cearense, os bastidores do esporte e, principalmente, sua equipe e o veículo onde trabalhava. Criava apelidos para seus companheiros de microfone e fazia questão de torná-los reconhecidos pelo público.
Com a migração para a TV e o crescimento das redes sociais, os trechos do programa começaram a viralizar antes mesmo desse conceito existir. Alan percebeu que sua influência ultrapassava o Ceará, alcançando até quem não era apaixonado por futebol. O Trem Bala chegou a ser retransmitido para todo o Brasil pelo antigo canal Esporte Interativo.
Quando assumiu a versão digital do programa no canal do YouTube do O POVO, em setembro de 2023, mergulhou de cabeça na nova era. Pedia likes, incentivava o público a interagir no chat e comemorou entusiasmado quando o canal atingiu um milhão de seguidores. Entender sua audiência e adaptá-la ao seu estilo era um dos seus grandes diferenciais.
O Trem Bala da TV deu certo porque manteve a essência do rádio. Era provocante, instigante e inovador. Um debate acalorado, iniciado sempre por um questionamento certeiro do maquinista e encerrado com sua emblemática frase: “Olha o dedo do Trem Bala!”.
Certa vez, nos corredores da empresa, ele me confidenciou que nada era roteirizado. Alan confiava na espontaneidade e na sintonia com sua equipe para conduzir os debates. Seu domínio absoluto da comunicação em diferentes meios fez dele um ícone da mídia esportiva, cuja influência ultrapassou as fronteiras do Ceará e marcou o jornalismo esportivo nacional.
O legado de Alan Neto é eterno. Seu estilo se reflete em canais de mídia independentes, nas redes sociais e em cada manifestação apaixonada sobre os clubes cearenses. O Trem Bala faz falta. Não haverá outro Alan Neto, mas cabe a nós manter viva sua memória e influência. Afinal, foi o que ele sempre pediu: “Passe adiante!”.
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