Alexandre Sobreira Cialdini é secretário do Planejamento e Gestão do Estado (Seplag-CE). É economista formado pela Universidade de Fortaleza (Unifor), com mestrado em economia pelo Caen, da Universidade Federal do Ceará(UFC). Também possui mestrado em Planificação Territoral e Desenvolvimento Regional, pela Universidade de Barcelona, especialização em políticas fiscais pela Cepal, pós-graduação em finanças públicas avançadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Rio de Janeiro, e doutorado na Universidade de Lisboa. Já teve passagem na pasta de Finanças das prefeituras de Caucaia, Fortaleza, Eusébio e São Bernardo do Campo (SP). Cialdini é auditor fiscal concursado da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE)
A integração às cadeias globais de valor representa uma oportunidade estratégica para o Ceará ampliar os mercados internos, a partir da Transnordestina e da expansão das relações comerciais com a Comunidade Econômica Europeia e os Brics
Foto: Cley Roque/Marquise Infraestrutura
OBRAS da Transnordestina no Ceará têm trabalhos capitaneados pela Marquise Infraestrutura
A geoeconomia é um campo de estudo que examina a relação entre a economia e a geopolítica. Nesse contexto, incluímos também a arquitetura e o urbanismo.
Ao analisar como o poder econômico e os recursos naturais influenciam as relações internacionais e a política global, observamos que as estatísticas da balança comercial do Ceará revelam um alto grau de dependência da economia americana, com 44,87% das exportações destinadas aos Estados Unidos. Na sequência, aparecem a Holanda (4,36%), o México (3,94%) e a China (3,91%). No contexto brasileiro, o estado do Ceará desponta como um exemplo notável de como fatores geoeconômicos podem moldar o desenvolvimento regional e urbano, bem como sua inserção no novo cenário global, marcado pelas adversidades do Governo Trump.
A integração às cadeias globais de valor representa uma oportunidade estratégica para o Ceará ampliar os mercados internos, a partir da Transnordestina e da expansão das relações comerciais com a Comunidade Econômica Europeia e os Brics.
O fortalecimento das Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) e a melhoria da infraestrutura logística são passos importantes nesse sentido. Além disso, a celebração de acordos comerciais e a diversificação de mercados para os produtos locais tendem a aumentar sua competitividade no cenário internacional.
O Governo do Estado tem investido na atração de indústrias e na criação de polos tecnológicos. A ZPE do Pecém é um exemplo bem-sucedido de como o Ceará tem buscado se inserir nas cadeias globais de valor. Esse processo de integração modal e logístico ajudará a levar o desenvolvimento para o interior cearense, começando com a construção dos portos secos de Quixeramobim e Iguatu.
Atualmente, a maioria dos itens do comércio global é transportada por via marítima, representando mais de 80% do volume e mais de 70% do valor das cargas. Dezenas de milhares de portos marítimos estão espalhados pelo mundo, mas, com o avanço do comércio e da logística internacionais, os portos secos passaram a ganhar relevância como alternativa estratégica.
Os investimentos previstos para o Porto Seco de Quixeramobim somam R$ 625 milhões, com a geração de 1,3 mil empregos diretos e indiretos. Na fase inicial, o projeto contará com um terminal de grãos, um terminal de minério e um pátio para contêineres interligado à ferrovia.
Um dos principais diferenciais da iniciativa é a economia significativa nos custos de frete, que pode chegar a 50% em comparação ao transporte rodoviário que sai do Piauí, por exemplo. Isso trará benefícios não só para os produtores da região, mas também para toda a cadeia produtiva.
Portos secos possuem características intermodais, podendo ser acessados por rodovias, ferrovias, vias aéreas e fluviais, uma vez que estão localizados em pontos estratégicos para otimizar a logística. Além disso, podem incluir instalações para armazenamento, consolidação e manutenção de mercadorias e transportadores.
Essa transformação exige planejamento urbano. No caso de Quixeramobim, o arquiteto e urbanista Fausto Nilo tem desenvolvido um projeto inovador para integrar o porto à cidade. Temos trabalhado ao lado dele na orientação do desenvolvimento das cadeias produtivas, considerando os impactos da reforma tributária.
Essa conexão e o consequente adensamento urbano permitirão que o município, a região e o Ceará absorvam os benefícios do desenvolvimento econômico, promovendo a revitalização da cidade que já hospedou nosso poeta Manuel Bandeira – 'uma estrela da vida inteira'.
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