Jornalista, professora e consultora. Mestre em Políticas Públicas, especialista em Responsabilidade Social e Psicologia Positiva. Foi diretora de Redação do O POVO, coordenadora do Unicef, secretária adjunta da Cultura e assesora Institucional do Cuca. É autora do livro De esfulepante a felicitante, uma questão de gentileza
Um dos maiores prazeres que tenho é ver pessoas vivas sendo reconhecidas por sua habilidade, pela qualidade do que fazem, a ponto de despertarem a atenção de quem julgou um prêmio. Constatei isso ao saber nesta quarta, 26 de junho, que a professora, poeta, romancista e filósofa de Minas Gerais, Adélia Prado, aos 88 anos, foi a vencedora do Prêmio Camões 2024.
O anúncio da premiação, a mais importante da literatura portuguesa, foi feito pela Fundação Biblioteca Nacional. Eu estava conversando virtualmente com a também escritora mineira Mell Renault quando soube do resultado. Vibramos juntas de alegria. Comentamos o fato de que quanto mais prêmios sejam dados a autores(as) vivos(as), mais significa que as obras estão sendo reconhecidas a tempo do autor comemorar também.
O mundo da literatura se ilumina de possibilidades a cada autor(a) que se destaca. E o fato de o (a) premiado (a) estar vivo faz todos e todas que escrevem se sentirem empoderados (as). Ganhamos como autores (as) e, mais ainda, por termos próximo a nós, leitores e leitoras, uma literatura que se fortalece.
O Prêmio Camões foi criado pelos governos do Brasil e de Portugal em 1988, justamente com o objetivo de enriquecer o patrimônio literário da língua portuguesa. Desde que foi instituído, 14 brasileiros já receberam o prêmio. Adélia é a terceira mulher a recebê-lo, junto com Rachel de Queiroz e Lygia Fagundes Telles.
Considerada a maior poeta brasileira viva, ela tem como um dos pontos fortes de sua obra a abordagem do cotidiano com o viés do encantamento e da perplexidade. Este é o segundo prêmio que Adélia ganha em um mês. Há poucos dias recebeu o maior reconhecimento da Academia Brasileira de Letras, o prêmio Machado de Assis.
Entre os prêmios que já ganhou, está o Jabuti, de 1978, com o livro Coração Disparado. Haviam se passado apenas três anos da sua estreia individual, em 1975, quando seus originais chegaram a Carlos Drummond de Andrade, via Affonso Romano de San’Anna.
Viva Adélia! Viva o reconhecimento em vida. Viva a autora que segue produzindo e recebendo prêmios aos 88 anos, que trilha seu caminho inspirada numa frase que escreveu e que nunca esqueço: “Não tenho tempo algum, ser feliz me consome.”
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