LGBTQIA+ entram em campo no Festival Elos, na I Copa de Fut7 da Diversidade
Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc
LGBTQIA+ entram em campo no Festival Elos, na I Copa de Fut7 da Diversidade
Festival Elos volta em 2021 e traz uma novidade na programação: um torneio de Fut7 voltado totalmente a times LGBTQIA+
Hoje, quando falo em futebol, penso num gramado enorme, 22 jogadores em campo, estádio lotado. Mas por cerca de 20 anos, a palavra era sinônimo de jogar bola. Por bem ou por mal, cresci nesse ambiente hipermasculino, onde a ideia de homossexualidade costuma ser alienígena.
Era década de 1990, a internet engatinhava e a era da informação não inundava o mundo de possibilidade de viver. A realidade mudou.
Na semana passada, recebi uma mensagem do Lucas Bertullino, presidente do Cangayceiros Futebol Clube, equipe LGBTQIA+ de Fut7. Ele me avisou de um convite para o time disputar a I Copa Elos de Fut7 da Diversidade, com equipes sexualmente diversas de todo o Estado. E, olha, a vontade era calçar a chuteira.
Jogar bola na escola, pelo menos no meu tempo, praticamente criava uma hierarquia de popularidade. Quase como as high schools do cinema americano. Mas, como disse antes, é um ambiente hipermasculino. E o esporte é uma trincheira conservadora. É, portanto, um ambiente com enorme potencial tóxico. Foi, porém, minha realidade a cada recreio e ao fim das aulas.
Acaba que, pelo menos comigo, a "criança viada" acaba emulando o que se espera dela em campo. E, nessa imitação, morre um pouco do que há de genuíno em cada pessoa. Talvez nas quadras de futsal eu tenha aprendido a não dar pinta. E assim se perde parte da graça.
A Copa Elos de Fut7 da Diversidade é um facho de luz arco-íris. A coluna conversou com o Paulo Feitosa, diretor da Quitanda Soluções Criativas, responsável pela organização do Festival Elos, sobre essa iniciativa tão única de inclusão. "São quase 200 atletas competido. A gente está bastante feliz de realizar a Copa, ainda mais no momento que vivemos. O futebol é um território tão duro, tão cheio de preconceitos", disse.
Segundo ele, é uma oportunidade de demonstrar força da população LGBTQIA+. "É ocupação de um espaço que era pra ser de todos, todas e todes", apontou, acrescentando a presença de atletas não-héteros em competições de skate e disputas de duplas de cadeirantes no tênis, também no Festival Elos. A Copa da Diversidade deve virar evento anual dentro da programação do evento.
Com dois dias de programação gratuita, o Festival Elos retorna em 2021 para a terceira edição — depois de um hiato forçado pela pandemia de Covid-19. Com ações de arte, cultura, sustentabilidade, esporte, responsabilidade social e entretenimento, o evento será realizado nos dias 11 e 12 de dezembro, com sedes no Centro Dragão do Mar e Centro de Formação Olímpica. A I Copa de Fut7 da Diversidade terá partidas nas mesmas datas, na Areninha do Castelão.
A mim, resta invejar essa oportunidade da galera que pode ser tão afetada quanto quiser jogando bola. E, garanto, invejo com um sorriso no rosto.
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