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Homofobia é questão para LGBTs, heterossexuais, cearenses e pernambucanos
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Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc

André Bloc esportes

Homofobia é questão para LGBTs, heterossexuais, cearenses e pernambucanos

Ataque a correspondente do O POVO no Catar ilustra o quanto o país-sede do Mundial não tem condições de recepcionar o mundo inteiro
Tipo Opinião

Todos estão vulneráveis ao preconceito. Mesmo homens, mesmo pessoas brancas, mesmo pessoas heterossexuais podem sofrer com o ódio ao diferente. É por isso que a luta contra o machismo, o racismo, a homofobia precisa transcender as minorias, engajando todos os públicos.

Victor Pereira, correspondente do O POVO na Copa do Mundo do Catar-2022, foi vítima de homofobia por ser pernambucano, por mais paradoxal que a frase soe. Num país que prometeu aceitar "a diversidade sexual do Ocidente", mesmo com leis abertamente homofóbicas, o jornalista foi atacado por carregar uma bandeira de Pernambuco, que conta com um arco-íris — símbolo usado pelo movimento LGBT.

O caso lembra agressões de pais e filhos ou irmãos confundidos com casais gays. É aquele misto de ódio à diferença e inveja da felicidade alheia. Extremismo é um fechar de olhos ao questionamento, uma aceitação imediata de regras de forma a não dar espaço para as dúvidas. Porque, enfim, se você questionar o absurdo da homofobia, vai deixar de ser extremista.

A reação dos cataris à bandeira de Pernambuco é só a ponta da lança do extremismo do governo do Catar. É a população reagindo da forma como foi doutrinada a reagir.

O absurdo mesmo disso tudo é um país extremista receber o mais globalista dos eventos esportivos. E a Fifa, cujo presidente acha de bom tom dizer que "está se sentindo catari, gay e imigrante", é cúmplice de cada ato de violência contra as minorias.

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