Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc
Paradoxos da vida, o esporte americano teve dois casos quase opostos. De um lado, um lutador de MMA se assumiu bissexual. Do outro, um jogador de hóquei no gelo resolveu se posicionar como homofóbico.
O mundo, afinal, parece dar dois passos à frente e dois passos atrás. Mas, calma. Com distanciamento a gente vê que são 500 à frente e apenas 499 para trás.
Vamos ao caso, com uma demão da minha parcial opinião.
Jeff Molina
À primeira vista, uma notícia sobre um atleta se assumindo bissexual parece um avanço. Não é. É caso de Polícia. Após vazamento de vídeo íntimo, o americano se viu obrigado a sair do armário para ser dono da própria narrativa.
Jeff, que está suspenso do UFC durante investigação de escândalo de apostas esportivas, já havia demonstrado apoio à causa LGBTQIA ao usar um calção com referência à bandeira do arco-íris. Já ali ele foi alvo de ataques da homofóbica base de fãs. Agora, precisa lidar com um peso extra, em termos com os quais não concordou.
James Reimer
Ao contrário de Jeff, que usou as cores LGBTQIA mesmo sem o esporte ter qualquer tradição de abraço a causas minoritárias, o goleiro James Reimer, do fraquíssimo San Jose Sharks, decidiu se recusar a usar uma simpática camisa em alusão à diversidade sexual vestida por todos os seus colegas durante aquecimento para uma partida.
A justificativa foi aquela velha ladainha sobre a Bíblia. Reimer podia pesquisar sobre as traduções do tal livro. Excluindo o Antigo Testamento, que é fundamentalmente uma obra de costumes, a principal negação a homossexualidade ligada à figura de Jesus Cristo são passagens de controversa, antiga e questionável tradução do grego (malakos e arsenokoitai). Enfim, hermenêutica não é meu forte, mas é uma discussão secular — trocadilho incluso.
Fato é que fundamentalistas religiosos costumam usar o Antigo Testamento para atacar homossexuais. Levítico e Deuteronômio costumam ser os livros favoritos. Os mesmos que condenam a apedrejamento mulheres estupradas que não gritaram o suficiente, sugere pena de morte a adúlteros, condena quem come frrutos do mar à "abominação" e dita que "não usarás veste de duas espécies de tecidos".
Diga-se, Reimer usa barba. "Não cortareis vosso cabelo dos lados da cabeça, nem aparareis as pontas da barba" (Levítico, 19:27)
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