Logo O POVO+
Cada nome é um orgulho
Foto de André Bloc
clique para exibir bio do colunista

Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc

André Bloc esportes

Cada nome é um orgulho

Eu me orgulho de hoje ser Dia do Orgulho LGBTQIAPN . Com todas as letras, com todas as polêmicas. Hoje é dia de lembrar que só estamos aqui porque nos apoiamos nos ombros de gigantes
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 10-07-2022: Pedal do Orgulho LGBT, realizado nesse domingo (10), na Cidade das Crianças, no Centro de Fortaleza. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo)

 (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 10-07-2022: Pedal do Orgulho LGBT, realizado nesse domingo (10), na Cidade das Crianças, no Centro de Fortaleza. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo)

Eu me orgulho de Marsha P. Johnson, Sylvia Rivera e de todo mundo que levantou uma pedra para nos defender em Stonewall, 1969 e em todas as crises que enfrentamos desde então. Eu me orgulho de Ney Matogrosso, por mais que o acusem de omissão — porque existe um mundo de distância entre quem faz, como ele, e quem fala. Eu me orgulho de Harvey Milk e da ousadia de entrar num espaço que não estava preparado para ele. Eu me orgulho de Renato Russo e de Cazuza, mártires que expuseram para todo o Brasil a dimensão do horror da aids.

Eu me orgulho de Ian Thorpe, que me ensinou que minhas dores e solidões são compartilhadas por alguém que já foi o melhor do mundo no que fazia. Eu me orgulho de Messi — ex-goleiro do Palmeira de Goianinha —, pela naturalidade com que ele tratou a própria sexualidade ao sair do armário no interior do Rio Grande do Norte lá em 2010. Eu me orgulho de Richarlyson, vítima de homofobia antes e depois de se assumir bissexual. 

Eu me orgulho de Marta, de Cristiane, de Formiga, de Andressa Alves, de Bárbara, de Letícia, de Aline. Eu me orgulho de Carolana, de Carol Gattaz, de Macris, de Mari, de Fabi, de Ana Moser, de Tifanny, de Larissa, de Ana Patrícia — e de tantas outras que não sei se já saíram ou só olham através da fresta do armário.

Eu me orgulho de Luca Kumahara. De Douglas Souza. De Isadora e de Marina. De Babi. De Diego Hypólito. De Ednanci.

Eu me orgulho de Billie Jean King, de Martina Navratilova. Eu me orgulho de Thomas Hiltzlsperger e até de Caitlyn Jenner.

Eu me orgulho de Caio Fernando Abreu, de João Silvério Trevisan, de Gilmar de Carvalho, de Lúcio Cardoso. De Émerson Maranhão, de Renato Abê.

Eu me orgulho de tantos que me ajudaram a escrever essa coluna. De toda menina, todo menino, tode menine que quebrou a porta do armário para não ter mais onde se refugiar. E também de quem nunca conseguiu dar esse chute — é mais do que um passo.

Eu me orgulho de hoje ser Dia do Orgulho LGBTQIAPN . Com todas as letras, com todas as polêmicas. Hoje é dia de lembrar que só estamos aqui porque nos apoiamos nos ombros de gigantes. Comunidade, diversidade, família.

 

Foto do André Bloc

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?