Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc
A única coisa nova que resta a dizer sobre Neymar é que tudo sobre ele já foi dito. Confiar nele é entrar naquilo de repetir o mesmo experimento esperando resultados diferentes. Dizem que é a definição de insanidade.
Digo isto com a tranquilidade de quem assume sentir prazer de ver em campo este "menino" veterano que encapsula as contradições do que é ser brasileiro. Repito, assisti-lo dominar um jogo com puro talento é algo que nunca deixa de me maravilhar, mesmo lotado de ressalvas com o sujeito há mais de uma década. Como espetáculo, prefiro ele a Messi.
O termo é "brilhante". Alguém que vê a roda girar em uma rotação diferente. Podia ser um visionário, um cientista. Prefere se reduzir a um hedonista. E, bom, queria também optar pela alienação.
O gatilho dessa crônica é o rumor de que Neymar teria pedido a cabeça do técnico do Al-Hilal, o português-flamenguista Jorge Jesus. Pode ser boato, mas a gente está acostumado a esperar o pior do "menino príncipe da Arábia". Não que o treinador seja lá um exemplo de ética profissional ou comportamento, mas fica meio feio viajar metade do mundo para jogar futebol e já desembarcar como dono da bola.
No fim, Neymar é mais notícia aqui do que nas colunas do Fernando Graziani ou do Lucas Mota, que de fato falam de futebol. Ele é mais um assunto que circunda o esporte — meu pão e água — do que representante da arte esportiva em si. Quantos gols foram notícia em 2023? E quantas traições à noiva ou acenos a tiranos se somaram desde então?
Neymar é um item de luxo na sala de estar do sheik. É aquele tigre de estimação que o Mike Tyson ostentava. Um símbolo de poder. Um bobo da corte saudita.
O brasileiro é talvez o terceiro melhor jogador dos últimos 20 anos. E teve uma carreira menor do que jogadores infinitamente piores do que ele. Hoje, ele parece mais próximo da aposentadoria do que da redenção. E é direito dele. Trabalhou duro — menos do que gostaríamos, mais do que parece, com todas as lesões que enfrentou.
E, apesar de tudo, em 2026, quando a seleção entrar em campo — quiçá com Neymar vestindo a 10 e a braçadeira de capitão —, terei a certeza de título. Tal qual tive 2006, 2010, 2014, 2018 e 2022. O verde (e amarelo) é a cor da esperança, né? Dizem que repetir o mesmo experimento esperando resultados diferentes é insanidade. Que assim seja.
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