Pabllo Vittar não é a primeira drag a ficar com atleta, mas é a primeira a ser assumida
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Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc
Pabllo Vittar não é a primeira drag a ficar com atleta, mas é a primeira a ser assumida
No limiar entre o fato e a autoficção, a cantora admitiu ter tido um "lance" com um jogador de futebol; a surpresa veio quando o zagueiro Polidoro Júnior surgiu dizendo ter sido ele
Foto: AURÉLIO ALVES
ARACATI, CEARA, BRASIL, 21.02.23: Pabllo Vittar. Carnaval em Aracati depois de 2 anos sem carnaval, movimentção na cidade. (Foto: Aurelio Alves)
(Quase) Todo mundo transa. Mas nem todos têm direito de falar sobre isso. A história da sexualidade é entrecortada por desejo e vergonha. E ainda que a clandestinidade seja tanto quanto afrodisíaca, fica o risco da perpetuação de tabus.
Teve um tempo que nenhum famoso se assumiria LGBT, sob risco de ostracismo. A gente contava nos dedos cada celebridade que saía do armário. Até hoje a carência de ídolos queer é tanta que fãs se apegam em construir identidades não normativas hipotéticas sobre ícones inequivocamente heterossexuais.
Fato é que galã da novela das 9 hoje pode ter namorado. E algumas das maiores popstars do País podem ser travestis (Liniker, Linn da Quebrada) ou drag queens (Pabllo Vittar, Glória Groove).
Para evitar confusão aos incautos, Pabllo Vittar é um homem cisgênero homossexual extremamente bem sucedido, que performa feminilidade com a persona pública que interpreta. Ela é uma drag queen cantora. Ou cantora drag queen. E uma das maiores estrela da música brasileira.
Durante entrevista à influencer Virgínia Fonseca, em programa do SBT, Pabllo disse que a pessoa mais famosa com quem já "ficou" foi um jogador de futebol. Nada contra fetiches, todo mundo pode ficar com atleta se quiser, forem todos maiores de idade e o relacionamento for consentido.
O caso fez lembrar de antecessoras de Pablo. Nany People também disse ter namorado alguns jogadores. Antes ainda, Jorge Lafond (1952–2003) — conhecido pela personagem Vera Verão — descreveu um romance com um atleta. O que mudou tudo no caso desta semana é que a menção vaga de Pablo recebeu uma resposta de alguém que disse que ela era, guardado o devido respeito, "muito gostosa para deixar passar".
Polidoro Junior certamente não é a pessoa mais famosa com que Pabllo ficou. Porém, seja para se gabar da conquista, seja tascar a fama da popstar, ele correspondeu à menção. É um paralelo curioso que a drag queen seja famosa nacionalmente enquanto o atleta seja um famoso "quem".
O atleta tem sido atacado, com aqueles cansados exemplares de homofobia, que envolvem questionar a sexualidade dele ou mesmo relacionar o time onde ele começou carreira a uma orientação sexual não heterossexual.
Ficar com uma pessoa não significa nada mais do que ter vontade de fazer algo. Todo mundo pode ser julgado por isso — é uma escolha. Sexualidade, não. É identidade.
Bem, não vou impedir ninguém de julgar a orientação sexual alheia. Mas existem hobbies mais úteis à sociedade.
Transemos, vamos amar.
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