Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc
Já ouvi muito falar que brasileiro não gosta de esporte, gosta é de ganhar. Sendo assim, a gente deveria bater o recorde mundial de audiência durante os Jogos Paralímpicos
Foto: Silvio Avila/CPB
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Foi Tânia Alves, editora-chefe de Cidades do O POVO, quem me ensinou que existem pautas que a gente faz porque são importantes. Porque se a gente não fizer, talvez ninguém mais faça.
É que hoje parece que o jornalismo está mais focado em buscar o próximo rastilho de pólvora de audiência ou o termo-chave para o Google impulsionar os cliques de uma matéria de relevância questionável. Então nisso, é papel do jornalista ser um pouco fiador do interesse público. Eu chamaria de "curadoria", mas aí a Tânia ia me puxar a orelha.
Fato é que o jornalismo se educou a ser reforço positivo. Dar o que já sabe que a audiência quer receber. No jornalismo esportivo brasileiro, isso significa doses cavalares de futebol profissional masculino, entremeados por uma porção homeopática de todo o resto.
Cá puxo para nós a missão de tentar educar. O que, convém dizer, é uma experiência por vezes frustrante.
Vamos à realidade das páginas que circunvizinham esta coluna. São, em geral, três. E no Estado existem dois times grandes. E nada é notado mais rápido do que uma ausência de palco pro seu time do coração.
No jornalismo, a gente trabalha com realidades. Esta, está posta. Podemos ousar, inventar novos paradigmas, sob o risco inexorável da irrelevância.
Aqui, no Esportes O POVO, optamos por ter uma cobertura diária dos Jogos Paralímpicos. Uma manchete de página todo dia. Chamada na capa do jornal todo dia. Várias matérias no portal e no Instagram, todo dia. Tem vídeo próprio, com participação de um repórter com deficiência, o Carlos Viana. Todo dia.
O que fazemos é insuficiente, porque o jornalismo é insuficiente. A audiência é tímida e extremamente relevante.
Os Jogos Paralímpicos são os esportes em que o Brasil é potência. Quem sabe, um dia, o brasileiro aprende a valorizar na medida que esses atletas merecem. A porta para esse conhecimento está aberta.
Dizem que brasileiro não gosta de esporte, gosta é de ganhar. Pois se é assim, a gente devia ter a maior audiência do mundo nos Jogos Paralímpicos.
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