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Brasil fechou participação em Paris-2024 no top-10 esportivo
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Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc

André Bloc esportes

Brasil fechou participação em Paris-2024 no top-10 esportivo

Puxado pelo inédito quinto lugar geral nos Jogos Paralímpicos, o desempenho esportivo brasileiro atingiu novo patamar, disputando espaço com potências mundiais
Nadadora Carol Santiago conquistou medalha de ouro nas Paralimpíadas de Paris (Foto: Silvio Avila/CPB)
Foto: Silvio Avila/CPB Nadadora Carol Santiago conquistou medalha de ouro nas Paralimpíadas de Paris

Existem muitas formas de medir, de vender, o sucesso esportivo do Brasil. Entre fazer recortes ou oferecer o todo, comecemos pelo retrato completo.

Apenas sete países em todo o mundo tiveram mais de 100 pódios em Paris-2024. China (311), Estados Unidos (231), Grã-Bretanha (189), França (139), Austrália (116), Itália (111) e Brasil (109). Foram 28 ouros, 45 pratas e 48 bronzes verde-amarelos.

Naquela tabela clássica de Jogos Olímpicos/Paralímpicos, em que os ouros se sobrepõem às pratas, que ainda assim valem mais que os bronzes, o Brasil ficou em nono. Acima, as duas maiores superpotências globais, quatro europeus, e dois países cujo ritmo de crescimento esportivo disparou desde que sediaram Olimpíada (e Paralimpíada).

E aqui vem uma explicação do porquê estou juntando os dados de atletas com e sem deficiência. É porque não existe uma hierarquia. No fim, são esportistas de elite, com resultados de elite. Os melhores dos melhores.

Qualquer quadro de medalha é um recorte. Por exemplo, podemos optar por priorizar o total de medalhas — como fiz ali no segundo parágrafo —, critério no qual o Brasil é o 11º (ao lado da Nova Zelândia) nos Jogos Olímpicos, e quarto nos Paralímpicos. Podemos ainda excluir da conta olímpica todos os homens, o que faria as meninas olímpicas subirem bastante no ranking.

Há ainda o quadro de medalhas ajustado pela renda per capita, no qual o Brasil seria o terceiro colocado. Mas, bem, de certa forma estaríamos comemorando nossa miséria, né? Ajustado pelo PIB, nossa rica e desigual nação cairia para a 62ª colocação. O que é mais condizente com o investimento que reservamos para o esporte e para a cultura.

Umberto Eco, escritor, filósofo e linguista italiano, dizia que listas são uma forma de darmos ordem ao caos. Para ele, listas são (eram) a origem da cultura. O que é um quadro de medalhas além de uma lista com critérios objetivos sobre os países que são melhores em um esporte? Uma cultura esportiva.

Foram mais de 100 medalhas brasileiras. Por exemplo: só cinco atletas em todo o mundo conquistaram mais pódios olímpicos que os quatro da ginasta Rebecca Andrade. E só quatro esportistas levaram mais medalhas que as cinco da nadadora Carol Santiago nos Jogos Paralímpicos.

Então, só por hoje, vamos celebrar uma noite a mais. Amanhã a gente cobra. 

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