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A indústria do vento e a destruição das comunidades costeiras
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Eleita uma das dez melhores executivas do Brasil, Anette de Castro é vice-presidente da Mallory. Líder e cofundadora do Grupo Mulheres do Brasil

A indústria do vento e a destruição das comunidades costeiras

Apesar dos investimentos, constata-se um rápido crescimento imobiliário sem um plano diretor ou regulamentação adequada em relação aos tipos de construção, capacidade de saneamento e esgoto dos municípios
Tipo Opinião
Anette de Castro, empresária (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Anette de Castro, empresária

Ao longo dos últimos 20 anos, a força do vento tem impulsionado o turismo em nosso estado, resultando em um crescente investimento em nossas costas, que representam uma das nossas maiores riquezas naturais. No entanto, é crucial refletirmos sobre o atual cenário e agirmos com urgência.

Apesar dos investimentos, constata-se um rápido crescimento imobiliário sem um plano diretor ou regulamentação adequada em relação aos tipos de construção, capacidade de saneamento e esgoto dos municípios, além do respeito ao meio ambiente. Acrescente-se a isso a inflação em euro, tornando a situação ainda mais desafiadora.

A poluição sonora e as emissões de gases poluentes excessivas invadem as residências, restaurantes e o ambiente local dos pequenos municípios. Aspectos simples, como a coleta de lixo, não acompanham a expansão desenfreada. Infelizmente, nossos pequenos municípios, frequentemente com uma prefeitura afastada, carecem de uma boa gestão urbana e estão distantes do caminho para se tornarem cidades inteligentes e sustentáveis.

As praias e dunas, que antes eram tesouros naturais, têm se transformado em verdadeiras pistas de corrida de motos, destruindo nossas areias e gerando perigo constante para os banhistas. Infelizmente, esse cenário parece passar despercebido pelas autoridades locais.

Acreditamos que o fluxo de estrangeiros e brasileiros de outros estados poderia contribuir positivamente para o desenvolvimento local, trazendo suas experiências e culturas, desde que tivessem uma voz ativa na comunidade. No entanto, até o presente momento, parece que estamos condenados a sofrer as consequências da exploração e do extrativismo.

Diante desses desafios, cabe a nós questionar se não está na hora de uma entidade assumir a responsabilidade e proteger nossas preciosas costas. É fundamental que se estabeleça um órgão central para abraçar a Indústria do Vento e regularizar todas as questões que envolvem o desenvolvimento sustentável das nossas praias.

Além disso, é fundamental que a conscientização ambiental seja promovida entre nativos e turistas. Campanhas educativas podem ajudar a mudar comportamentos e atitudes em relação ao lixo, poluição sonora e uso responsável das áreas naturais. FParcerias com escolas, OSCs e empresas locais podem fortalecer essas iniciativas, criando uma rede de apoio para a preservação e sustentabilidade das nossas praias.

Juntos, podemos e devemos lutar pela preservação desses tesouros naturais, para que as futuras gerações possam desfrutar das belezas das nossas praias. É hora de agir e proteger o que é nosso por direito.

 

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