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Ser cidadã cearense
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Eleita uma das dez melhores executivas do Brasil, Anette de Castro é vice-presidente da Mallory. Líder e cofundadora do Grupo Mulheres do Brasil

Ser cidadã cearense

A convivência com a nova realidade me tornou mais sensível, mais humana, mais criativa e, acima de tudo, mais generosa. Compreendi o valor de pequenas coisas que antes passavam despercebidas. A vida me ensinou lições preciosas, e essa terra foi a minha grande professora. Posso afirmar com convicção que o Ceará me deu mais do que eu poderia imaginar
Tipo Opinião
Anette de Castro, empresária (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Anette de Castro, empresária

Receber o título de cidadã cearense é, sem dúvidas, uma grande honra. Quando olho para trás, sinto uma profunda gratidão pela vida que construí aqui e pela transformação que essa terra me proporcionou. Costumo dizer que não seria a Annette que sou hoje se não tivesse vindo ao Ceará. Minha trajetória pessoal e profissional foi moldada por essa terra rica em cultura, desafios e, principalmente, oportunidades.

Cheguei ao Ceará em 1983, vinda de Londres, e a realidade que encontrei era muito diferente daquela que conhecia. Naquela época, as mulheres ainda enfrentavam grandes barreiras no mercado de trabalho, poucas pessoas falavam inglês, e eu, por minha vez, não falava português. Para além da questão linguística, havia uma Fortaleza desconectada do mundo - sem voos internacionais e com uma infraestrutura ainda limitada.

Era um lugar distante não apenas fisicamente, mas culturalmente, da vida que eu tinha como executiva em uma grande metrópole europeia. No entanto, à medida que fui me adaptando, comecei a enxergar as inúmeras belezas do Ceará.

O clima tropical, as praias paradisíacas e, sobretudo, o acolhimento caloroso do povo cearense conquistaram meu coração. Mas esse encanto inicial foi rapidamente balanceado pela dura realidade social que testemunhei. A desigualdade era algo gritante, e isso abriu meus olhos para questões que, até então, não faziam parte do meu cotidiano. Foi nesse momento que comecei a me transformar.

A convivência com essas realidades diferentes me tornou mais sensível, mais humana, mais criativa e, acima de tudo, mais generosa. Compreendi o valor de pequenas coisas que antes passavam despercebidas. A vida me ensinou lições preciosas, e essa terra foi a minha grande professora. Posso afirmar com convicção que o Ceará me deu mais do que eu poderia imaginar.

Meus horizontes se expandiram, e a pessoa que sou hoje é fruto direto dessa vivência. Se por um lado me beneficiei das boas coisas que o Ceará tem a oferecer, como o clima agradável e as belas paisagens, por outro, também entendi que esse lugar precisava de atenção, de cuidados. Foi nesse processo que me tornei mais sensível, mais empática, mais criativa e mais disposta a ajudar. O Ceará me deu mais do que uma nova vida — me deu uma nova forma de viver, de enxergar o mundo e de compreender o que realmente importa.

 

Foto do Annette de Castro

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