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É preciso olhar até o avesso na taxação das "brusinhas"
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Jornalista formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É editora digital de Economia do O POVO, onde começou em 2014. Atualmente, cursa MBA em Gestão de Negócios e está andamento de Certificação Internacional em Marketing Digital pela ESPM

É preciso olhar até o avesso na taxação das "brusinhas"

Tipo Análise
A alíquota de 20% sobre o e-commerce estrangeiro, que afeta sites asiáticos como Shein e Shopee, é um "meio-termo"  (Foto: Cardmapr/Unplash)
Foto: Cardmapr/Unplash A alíquota de 20% sobre o e-commerce estrangeiro, que afeta sites asiáticos como Shein e Shopee, é um "meio-termo"

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Tem tantas nuances para olhar a taxação das "brusinhas". Quando se fala assim, tenta-se colocar o discurso de que quem usa as fast fashion do Exterior é a baixa renda. Mas, na verdade, é a classe média. É importante ver até pelo avesso como se encaminha o imposto sobre as compras internacionais de até US$ 50, aprovada na Câmara como um jabuti.

Tem o lado do comércio, que tem como forte concorrente principalmente o mercado chinês. É o caso de trazer para a mesa uma isonomia tributária. As empresas de fora que querem dominar o mercado precisam concorrer em pé de igualdade sim (neste caso a meritocracia some). É o justo.

Quando se olha para o consumidor, as estrangeiras colocam o discurso de que no Brasil há a alternativa de viajar para o Exterior e poder trazer via aérea ou marítima até US$ 1 mil (cerca de R$ 5 mil) sem taxação. Mas esse discurso é raso.

E tem outro ponto, em que percebe-se que a comunicação do governo ainda é falha. Ora dizem que não vão taxar, ora se movimentam para aprovar. E se for aprovar o que acontece com o Brasil? A turma de política fiscal da Warren Investimentos fez o cálculo.

O retorno da taxação pode gerar R$ 1,3 bilhão somente neste ano. Isso é dinheiro para o povo brasileiro e quem tem que mostrar isso é o Governo. A previsão para 2025 é de até R$ 2,7 bilhões. E por enquanto só estão olhando para o dinheiro, mas é preciso ir mais fundo e chegar na discussão das condições de trabalho por trás das empresas fast fashion.

Vamos arrecadar mais, mas estamos estimulando um mercado que precisa de forte fiscalização para não chegarmos ao trabalho análogo à escravidão. Ou seja, ainda é preciso virar essa discussão do avesso.

 

Foto do Beatriz Cavalcante

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