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Retrospectiva econômica 2024 e previsões para 2025
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Jornalista formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É editora digital de Economia do O POVO, onde começou em 2014. Atualmente, cursa MBA em Gestão de Negócios e tem Certificação Internacional em Marketing Digital pela ESPM e DMI da Irlanda

Retrospectiva econômica 2024 e previsões para 2025

O desafio entre política fiscal e monetária permaneceram para o ano que vem
Tipo Opinião
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LULA tem feito anúncios acompanhado de Gabriel Galípolo e Fernando Haddad (Foto: Reprodução de vídeo/Agência Gov)
Foto: Reprodução de vídeo/Agência Gov LULA tem feito anúncios acompanhado de Gabriel Galípolo e Fernando Haddad

Dentre os impactos locais e internacionais, a economia brasileira sofreu com altos e baixos. Ultimamente os olhos se voltaram para o dólar em patamar R$ 6. Por outro lado, chegou-se a um Brasil com taxa de desemprego em histórico nível baixo, com consequente geração de emprego e pedidos de demissões recorde para, sobretudo, empreender.

Inclusive, a criação de vagas no acumulado do ano foi positiva em todos os estados e grandes setores, com destaque para o comércio em novembro. Porém, o desafio entre política fiscal e monetária permaneceram para o ano que vem.

Mas o que está por trás da economia e o que a afeta, às vezes, passa despercebido. Por isso, a coluna convidou as economistas Desirée Mota e Alessandra Benevides para uma retrospectiva de 2024 e prospecção de 2025.

Neste ano, os eventos econômicos globais e locais destacados por Desirée passam pela desaceleração global, sobretudo porque a China enfrentou uma forte crise no mercado imobiliário, crescendo a um ritmo menor, impactando exportadores de commodities como o Brasil. "Além disso, os altos juros e tensões geopolíticas impactaram os investimentos e o comércio global."

As eleições globais foram outro fator de insegurança. A economista frisa que os Estados Unidos e a União Europeia trouxeram incertezas com os processos, influenciando o mercado financeiro global e as estratégias de investimento internacional.

E o desempenho das commodities foi o terceiro destaque trazido por Desirée, especialmente petróleo e produtos agrícolas, com volatilidades devido a mudanças nas dinâmicas de oferta e demanda globais.

Para 2025 ela enxerga alguns desafios internos e externos e o primeiro ponto é a inflação. O segundo é sobre investimentos estrangeiros, sobretudo em setores como energia renovável e tecnologia.

"Mas a necessidade de reformas fiscais e políticas sólidas permanece", alerta. Por último, ela diz que o setor tecnológico continuará sendo um vetor de crescimento, com a adoção de inteligência artificial (IA) transformando diversos setores econômicos, incluindo saúde, finanças e indústria.

Já Alessandra rememora de 2024 uma inflação dentro da meta inicialmente, mas fatores como gastos extras, após tragédias internas, e incertezas geradas pela situação internacional afetaram o crescimento e levaram a um aumento da taxa de Selic.

A reforma tributária e a mudança na metodologia de monitoramento da meta de inflação são citadas como pontos positivos, mas a preocupação com a dívida pública e a possível dominância fiscal sobre a política monetária são os principais desafios para 2025 analisados por Alessandra.

Ela acredita, pelo acompanhamento do Boletim Focus do Banco Central, em um aumento da taxa de juros para conter a inflação, mesmo com o risco de desacelerar a economia.

Neste fim de 2024, a análise da especialista é que o mercado pressionou o governo brasileiro a cortar gastos, mas as medidas anunciadas geraram incertezas, levando à desvalorização cambial e à perspectiva de aumento inflacionário.

Isso deteriorou as perspectivas econômicas para 2025, com o problema da dominância fiscal se destacando.

Por isso que as perspectivas são de aumentos na taxa de juros e desvalorização cambial, gerando mais pressão inflacionária, apesar de uma economia aquecida, baixo desemprego e um PIB surpreendente.

E como há uma tensão entre a política fiscal e a política monetária no Brasil, Alessandra diz que o ideal seria que o governo reduzisse gastos para gerar uma perspectiva de estabilidade na relação dívida/PIB, em vez de aumentar o PIB nominal via inflação.

No cenário internacional, espera-se que o fechamento do mercado dos Estados Unidos, com um aumento das tarifas, possa até abrir oportunidades para o Brasil.

Um possível acordo entre Mercosul e Europa é uma perspectiva positiva para o comércio internacional, mas ainda é um cenário de longo prazo.

Se este acordo comercial se concretizar, pode-se ter uma redução da pressão inflacionária com a entrada de produtos mais baratos.

Frosty

Na onda de retrospectivas, a cearense Sorvetes Frosty realizou balanço de 2024. Chega a 100 lojas e crescimento de mais de 65%.

Investiu R$ 40 milhões no plano de expansão pelo Nordeste e encerra o ano com mais de 15 mil toneladas de sorvete produzidos.

Ainda inaugurou a primeira unidade no estado da Paraíba, além de ampliar a presença em outras praças, como Pernambuco e Maranhão. Neste ano, foram 25 lojas inauguradas.

Para 2025

Quem já prospecta 2025 é o Grupo Geppos, com crescimento de 15% no faturamento, considerando a operação com três restaurantes: Geppos Italiano e duas unidades do Cabaña del Primo.

A diferença entre as marcas é que o italiano foca em pratos clássicos. Já o Cabaña del Primo é especializado em cortes nobres de carnes e frutos do mar.

Para o próximo ano, prometem valorizar ainda mais a gastronomia cearense.

Cerbras

A Cerbras, empresa cearense do setor de revestimentos cerâmicos e porcelanatos, finaliza 2024 com a fábrica apresentando uma estimativa de produção aproximada de 41 milhões de metros quadrados, o que significa um aumento superior a 9,75% em comparação ao ano anterior.

Atualmente exporta para mais de 30 países e investiu nos últimos anos cerca de R$ 170 milhões em maquinário importado para fabricação da sua linha de porcelanatos em grandes formatos. 

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