Dez receitas (quase) infalíveis para enganar motoristas no posto
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Boris Feldman é mineiro, formado em Engenharia e Comunicação. Foi engenheiro da fábrica de peças para motores Metal Leve e editor de diversos cadernos de automóveis. Escreve a coluna sobre o setor automotivo no O POVO e em diversos outros jornais pelo país. Também possui quadro sobre veículos na rádio O POVO/CBN
Foto: Ana Luiza Serrão
Segundo o colunista Boris Feldman, o posto não distribui combustíveis de marcas tradicionais e não ostenta "bandeira" nenhuma na testeira
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1 - “Batismo” – Para aumentar desonestamente sua rentabilidade, muitos donos de postos adulteram o combustível, aumentando o volume de etanol na gasolina, de água no etanol hidratado e outras maracutaias. Mas são obrigados a realizar (a pedido do freguês) testes que comprovem a qualidade do que entregam.
2 - “Caneta” – Esta é muito engenhosa: quando chegam os fiscais para verificar a qualidade do combustível, o posto abre uma tampa redonda no chão que dá acesso ao tanque no subsolo. Mas, pode-se usar de um artificio para enganar a fiscalização: logo sob a tampa está um reservatório circular, maior, que contem o combustível correto de onde sai a amostra. Mas um outro de menor diâmetro (“caneta”) sob o maior é que efetivamente conecta a bomba com o interior do tanque e que fornece o combustível adulterado.
3 – “Bomba Branca” – Fique de olho: o posto representa uma marca tradicional como BR, Ipiranga, Ale ou Shell (Raizen) e tem seu logotipo estampado (na testeira) lá no alto. Mas a ANP (agencia que regula este comércio) permitiu que seja instalada uma bomba com combustíveis de outra procedência, desde que tenha bem visível a identificação deste fornecedor. Mas, qual motorista entra num posto Shell e imagina que numa das bombas o produto é de outra marca? E até de origem duvidosa, pois por um preço menor? Já houve tentativa judicial de por um fim a esta distorção, ainda sem sucesso. A maracutaia recebe o apelido de “Bomba Branca”...
4 – “Bandeira Branca” – O posto não distribui combustíveis de marcas tradicionais e não ostenta “bandeira” nenhuma na testeira, pois o dono prefere não estar atrelado a nenhuma grande empresa. Ele tem liberdade de comprar do fornecedor de sua preferência, depois de verificar qualidade e preços. Outras redes de postos filiadas às grandes companhias de petróleo fazem uma campanha dissimulada insinuando que estes postos não são confiáveis. Não é verdade, pois a qualidade não depende da distribuidora, mas da honestidade do dono do posto. O “Bandeira Branca” pode ter combustíveis honestos e os de marca famosa entregar adulterados.
5 - “Bomba baixa” – Um dispositivo eletrônico oculto configura a bomba para registrar um volume maior do que o realmente entregue. O fiscal não pega pois ele confere 20 litros (previstos pela ANP), mas a desonestidade funciona só acima deste volume. Ou o gerente tem um controle remoto que “corrige” a bomba na presença da fiscalização. Já foi regulamentada pela ANP uma bomba com lacre eletrônico que não permite esta maracutaia, que deveria ser instalada a partir do ano passado. O Inmetro, agindo mais uma vez contra os interesses do cidadão, prorrogou por cinco anos sua obrigatoriedade.
6 – Metanol – É um álcool extremamente tóxico, importado dos EUA, utilizado em indústrias químicas, de biocombustíveis e outras. Apesar de proibido, ele é misturado ao nosso etanol pois custa muito menos. Mas provoca mal estar, diarréia e até cegueira. Já morreram algumas pessoas no Brasil que o ingeriram. Só mesmo num exame laboratorial é possível detectar sua presença. A ANP tem lacrado vários postos flagrados com o metanol.
7 – Preço irreal – No cartaz lá fora, preços extremamente convidativos para gasolina, etanol e diesel. Mas, na bomba, só valem no caso do cliente utilizar o aplicativo ou um cartão específico. Uma promoção considerada ilegal mas praticada livremente.
8 - Aditivação - A gasolina aditivada nem sempre tem os aditivos corretos e que atuam com eficiência na limpeza do motor. Acredite! A aditivação não é fiscalizada (nem padronizada) pela ANP. O que resulta numa gasolina tida como aditivada, mas é pouco (ou nada) diferente da comum. Solução? Abastecer com a comum e virar no tanque um frasco de aditivo que se encontra no mercado.
9 - Posto “pirata” – O posto é todo “decorado” com as cores, padrão e logotipo semelhantes aos de uma marca famosa. Até o uniforme do frentista e a cor da bomba. O motorista jura que está entrando num posto da Petrobrás, ou Shell, mas é pura enganação. E, claro, não é ilegal!
10 - “Dedo de Ouro” – Maracutaia do posto combinado com o frentista. Que, ao verificar o nível do óleo no cárter, aperta uma gota entre os dedos e, com ares de expert, explica para o motorista que “seu óleo perdeu a viscosidade”. Ou diz que óleo está “preto” e na hora de trocar. Ou calça com o dedo a vareta de óleo para que ela indique nível bem inferior e diz: “Tem que completar”...
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