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Algumas chinesas se esqueceram de combinar com os brasileiros...
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Boris Feldman é mineiro, formado em Engenharia e Comunicação. Foi engenheiro da fábrica de peças para motores Metal Leve e editor de diversos cadernos de automóveis. Escreve a coluna sobre o setor automotivo no O POVO e em diversos outros jornais pelo país. Também possui quadro sobre veículos na rádio O POVO/CBN

Algumas chinesas se esqueceram de combinar com os brasileiros...

Tem uma fazendo até "vaquinha" entre concessionárias para "ajudar" nos custos
Tipo Análise
Chinesa BYD tem buscado expandir mercado no Brasil (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Chinesa BYD tem buscado expandir mercado no Brasil

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As chinesas descobriram o Brasil e agora tem uma avalanche delas desembarcando por aqui. Cada uma com seu próprio modus operandi...

Chery - Chegou em 2009. Deu com os burros n’água em desastrada operação “solo”: construiu fábrica no lugar errado, importou uma gama estapafúrdia de modelos, produziu outros tantos sem sintonia com nosso mercado, “esqueceu” de nomear uma rede de concessionárias e também de uma infra-estrutura mínima de pós venda. Estabeleceu então uma parceria com o grupo CAOA. Que comprou 50% da fábrica em Jacareí (SP), reabilitou a marca, produz alguns modelos, importa outros e tem uma invejável equipe de engenharia, marketing, distribuição e pós venda. Atualmente, só utiliza a fabrica de Anápolis (GO) e poderá devolver a de Jacareí para a Chery, que anunciou trazer duas de suas marcas chinesas: o urbano Omoda e o off-road Jaecoo. Se o chineses da Chery aprenderam a lição com os brasileiros da CAOA, poderão ser mais bem sucedidos nesta segunda tentativa.

JAC - A competente empresa SHC (leia-se Sergio Habib) comanda a marca no Brasil. A única com uma linha completa de elétricos e lança agora uma picape com motorização diesel e elétrica. Tem sociedade com a VW na China.

Seres - Chinesa de grande porte, não acreditou no Brasil e preferiu nomear um grupo nacional para representá-la. Com alguns executivos sem experiência no setor e outros experientes mas com histórico problemático. Resultado foi negativo por enquanto, e ainda não disse exatamente a que veio, pois – depois de um ano – só vendeu algumas poucas unidades e não passou de duas concessionárias nomeadas.

BYD e GWM - Dispensam comentários pois são as de maior presença no Brasil. Poderosas na China, repetem aqui seu poder com modelos de muita qualidade e tecnologia, rede de concessionárias capilarizada, pós-venda eficiente, marketing vibrante. A primeira tem participação estatal e lidera nosso mercado de eletrificados com um compacto, sedãs e suvs híbridos e elétricos. A GWM é a maior empresa privada chinesa e só disponibiliza aqui, por enquanto, o compacto elétrico Ora 03 e o SUV Haval H6 híbrido. Mas um “jipão” (Tank 300) e um crossover (Wey, de seis lugares) chegam em 2025. A BYD comprou a fábrica da Ford na Bahía, a GWM a da Mercedes em Iracemápolis (SP).

Neta – Terá filial no Brasil, já exibiu seus dois primeiros modelos no Festival de Interlagos. Equipe sendo montada e pretende produzir localmente por terceirização (ex-fábrica da Troller?). A matriz enfrenta problemas com queda de vendas domésticas desde 2023.

GAC - Entre as maiores chinesas e só em 2023 vendeu mais automóveis que todo nosso mercado. Anunciou investimentos de R$ 6 bi, já tem escritório em São Paulo e está contratando executivos para sua operação local.

SAIC – Maior empresa do setor na China, detém – entre outas - a marca (inglesa) MG. Que ela pretende importar para nosso mercado.

XPeng – Chinesa de alta tecnologia (já tem até um carro “voador”) chegará ao Brasil pela Volkswagen, que comprou uma participação societária na empresa para acelerar seu desenvolvimento nos elétricos.

Leapmotors – Stellantis entrou como sócia e vai importar seus modelos para entrar a curto prazo na briga pelo segmento dos elétricos.

Zeekr – Apesar de pertencer à Geely (dona da Volvo, Polestar, Lotus e outras), estabeleceu sociedade com um grupo local. Seus marqueteiros decidiram nomear apenas 10 concessionários, cobrando aporte de R$ 2 milhões cada. Pretensiosos, anunciaram competir apenas no segmento premium, encarando Porsche, Mercedes, BMW e Audi, apesar de totalmente desconhecida. Otimistas, planejam vender mesmo volume que a Mercedes: 500 automóveis mensais, com apenas dois modelos, uma perua e um SUV, primo do Volvo EX30. Resta saber se combinaram com os russos, ou melhor, com os brasileiros...

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